VERÃO É TEMPO DE ALERTA PARA MASTITE

É importante conscientizar o produtor quanto aos procedimentos na hora da ordenha

Foto Wagner Correa

2016 01-0801

Nesta época do ano é comum o aumento da mastite nas vacas leiteiras. O clima úmido e quente é propício para a proliferação de bactérias que causam a doença. De acordo com o pesquisador Luiz Francisco Zafalon, da Embrapa Pecuária Sudeste, neste período chuvoso, a dificuldade para controlar a higiene é maior. “A contaminação pode ocorrer quando o animal deita-se no pasto úmido ou na terra encharcada e com excesso de esterco. As bactérias presentes no ambiente entram pelo teto e inicia-se o processo inflamatório. Durante a ordenha também é possível a transmissão das bactérias causadoras da mastite, de uma vaca para outra”, afirma Zafalon.

A mastite é a inflamação na glândula mamária do animal, prejudicando a qualidade e a quantidade de leite produzido. A vaca infectada pode deixar de produzir até três litros de leite por dia.

Quando o animal apresenta o quadro de mastite clínica, o produtor consegue visualizar alterações no leite, além de inchaços e vermelhidão nos tetos. Já na subclínica, o animal não apresenta alterações no leite nem na glândula mamária. Mas sua prevalência é superior e pode se espalhar no rebanho, o que causa prejuízos econômicos e compromete a qualidade do leite e a saúde do animal. A mastite subclínica é responsável por aproximadamente 70% das perdas relacionadas a essa doença.

Segundo o pesquisador, medidas para assegurar a qualidade e a segurança do leite devem ser iniciadas ainda na fazenda com a adoção de boas práticas de produção. Orientações de manejo e de cuidados com a higiene podem evitar prejuízos. Por isso é importante conscientizar o ordenhador e os produtores de leite, quanto aos procedimentos adequados de ordenha, incluindo as formas corretas de higienização e descontaminação do ambiente, do animal, do profissional e de todos os utensílios utilizados na ordenha. Nesta época de chuva, o cuidado com a higiene deve ser redobrado.

Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste

BOAS PRÁTICAS NA HORA DA ORDENHA

1 – Cheque se o local de ordenha está preparado para receber as vacas.

2 – Realize as ordenhas sempre nos mesmos horários.

3 – Conduza as vacas para o local de ordenha com calma, sem bater nos animais, nem correr e nem gritar.

4 – Respeite a formação da linha de ordenha. Ordenhe primeiro as vacas em boas condições de saúde e deixe para o final as vacas com problemas.

5 – Acomode as vacas no local de ordenha, não grite, nem empurre ou bata nas vacas para que elas se posicionem.

6 – Se julgar necessário, amarre as pernas das vacas mais agitadas. Não utilize a corda para bater ou ameaçar o animal.

7 – Tenha mais cuidado com novilhas recém-paridas e vacas mais reativas.

8 – Lave os tetos com água corrente somente quando estiverem sujos, não molhe o úbere.

9 – Faça a vaca perceber sua presença nesse momento, chame-a pelo nome, sinalize a sua presença antes de tocar em seu teto.

10 – Faça o teste da caneca de fundo preto para o diagnóstico de mastite clínica, cheque teto por teto. Se o teste der negativo continue a ordenha. No caso do resultado do teste ser positivo, transfi ra a vaca para a última bateria da linha de ordenha.

11 – No caso de ordenha com bezerro ao pé, libere o bezerro e deixe que ele mame um pouco em todos os tetos para estimular a descida do leite, afastando-o do úbere logo em seguida. Não puxe o bezerro pela cauda ou orelhas.

12 – Em ordenhas sem bezerro ao pé, realize o pré-dipping e aguarde 30 segundos para secar os tetos.

13 – Seque os tetos um a um, utilize papel toalha descartável.

14 – Acople as teteiras ou, em caso de ordenha manual, ordenhe a vaca.

15 – Ajuste bem as teteiras para prevenir entrada de ar.

16 – Se alguma vaca defecar ou urinar durante a ordenha utilize um rodo ou pá e empurre (ou puxe) os dejetos para a calha de drenagem. Lave o local apenas no intervalo entre as baterias de ordenha.

17 – Desligue o vácuo após cessar o fl uxo de leite e remova as teteiras.

18 – Realize a desinfecção dos tetos (pós-dipping).

19 – Nos casos de ordenha com bezerro ao pé, deixe-o junto com a mãe por pelo menos 20 minutos após a ordenha e faça o pós-dipping após a apartação.

20 – Libere as vacas da sala de ordenha calmamente.

21 – Realize a limpeza das instalações e dos equipamentos imediatamente após a ordenha.

22 – Para a lavagem e desinfecção de equipamentos de ordenha mecanizada siga sempre as instruções do fabricante.

23 – Na ordenha manual, os baldes e os utensílios deverão ser lavados com água corrente e detergente.

24 – Após cada ordenha deixe as instalações e todos os equipamentos, materiais e utensílios preparados para o início da próxima.

25 – As aplicações de medicamentos e outros tratamentos, não devem ser feitos na sala de ordenha. Defi na um local adequado para esses tratamentos, com boas condições de segurança para os animais e para os responsáveis pelo trabalho.

26 – Forneça alimento para as vacas logo após elas saírem da sala de ordenha.

Fonte: Boas Práticas de Manejo Funep