HISTÓRIAS QUE GERAM HISTÓRIAS

“…Coisas engraçadas que a gente passa na vida, mas tudo é válido”

Foto Wagner Correa

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Com sorriso sempre largo, Damião Arrighi Condé há mais de 27 anos trabalha na Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG, em prol da raça Holandesa.

Supervisor do Serviço de Controle Leiteiro – SCL, ele é responsável pela execução do trabalho a campo, na sala de ordenha, pelo contato direto nas fazendas. Realiza a aferição da produção de leite nos animais participantes do programa, além da coleta das amostras individuais e dos dados zootécnicos que posteriormente são processados pela Associação.

Para ele, o Controle Leiteiro é muito importante para a raça, pois através dele o criador consegue verificar a capacidade de cada animal para produção de leite e reprodução. Ele ressalta que com os dados que são coletados e processados o participante do SCL tem sua propriedade na “mão”, desde que os dados sejam passados corretamente. “Afinal com este trabalho estamos valorizando os animais e o rebanho do proprietário,” ressalta Damião.

Além de possuir muitos anos de história, também conhece muitas cidades, só para se ter uma ideia, em média ele percorre por mês aproximadamente 2.000 km. “O meu dia a dia é sempre muito corrido, cada dia numa propriedade ou até mesmo numa cidade, sempre com o objetivo de atender a todos dentro do prazo estabelecido. Antes de sair para o campo, traço meu roteiro, organizo as planilhas de campo e as caixas para coleta de amostras. Procuro chegar em todas as fazendas com antecedência para não correr risco de perder o horário. Já na fazenda acompanho as ordenhas, anoto a pesagem e coleto as amostras, posteriormente passo os dados para a planilha de campo e após sair da fazenda, tenho que procurar uma agência do Correio para enviar as amostras coletadas, a partir daí vou para o próximo destino”, comenta Damião.

DESAFIOS

Para ele, um dos grandes desafios é enfrentar rotineiramente as estradas, ficar fora de casa durante semanas, longe da família. Apesar de tudo, ele conta que hoje em dia está melhor. “Como sou antigo na Associação, passei por todas as etapas de modernização do SCL. Antigamente nosso roteiro era feito de ônibus, quando chegávamos na cidade o produtor nos apanhava e levava até a propriedade. Quando ele não ia, agente tinha que voltar ou até mesmo fazer uma parte do percurso a pé ou de carona com algum trator. Uma vez cheguei a andar quase 10 km a pé, carregando caixas e bolsas. Era tudo muito mais difícil,” relembra.

SUFOCOS ENGRAÇADOS

“Já passei por vários fatos engraçados e curiosos. A maioria relacionado a hospedagem.

Em uma dessas histórias, eu e o Silvano Carvalho, que na época estava em treinamento, quando chegamos em um determinado hotel, a recepcionista me entregou um balde de plástico junto com a chave do quarto, eu sem entender nada, subi para saber o porque daquele balde, então percebemos que o lavatório não tinha encanamento e ele seria usado para escoar a água que era utilizada na pia.

Em outro hotel havia duas torneiras e duas saídas de água sem nada escrito, com o cansaço e a vontade de tomar banho e logo entrei debaixo do chuveiro e abri uma das torneiras quando percebi saiu um jato de água fervendo, acabei saindo correndo com o corpo todo vermelho.

E por último em um outro hotel, a porta não tinha fechadura nem tranca, então fui obrigado a arrastar a cama para trás da porta para mantê-la fechada…

São coisas engraçadas que agente passa na vida, mas tudo é válido” comenta rindo das lembranças.

Para Damião as características fundamentais para ser um Supervisor de Controle Leiteiro é ser uma pessoa honesta, uma pessoa amiga, sincera, participativa e compreensiva. E assim ele continua a percorrer as estradas desse país atendendo com presteza e pontualidade todos os criadores.