MUDANÇAS NA COMPROVAÇÃO

Neste ano, a declaração de vacinação para o produtor que tem mais de 150 animais só poderá ser feita pelo site do IMA

Foto Divulgação IMA

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O criador deve estar atento ao prazo final para vacinar os seus animais. Já começou a primeira etapa da campanha de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa em Minas Gerais e ela vai até o dia 31 de maio. Deverão ser vacinados todos os animais, independente da idade. O Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Seapa é o órgão responsável pela gestão da campanha de vacinação em Minas Gerais. O rebanho mineiro que deverá ser vacinado é de 23,7 milhões de animais.
A vacinação do rebanho permanece obrigatória e como principal forma de se prevenir contra a doença. O produtor que não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 81,29 por cabeça.
O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães lembra que a vacinação é fundamental para manter o rebanho sadio e livre de focos da doença. Ele ressalta a importância do engajamento na campanha de vacinação das entidades representativas do setor como sindicatos, associações e cooperativas, alertando e apoiando os produtores no processo de imunização dos animais.
“As ações de defesa agropecuária não podem restringir-se apenas aos órgãos governamentais nos três níveis. Elas precisam ser assumidas como responsabilidade compartilhada entre produtores, o poder público e entidades de classe”, argumenta.

 

Cuidados com a vacinação
Para garantir a eficácia da imunização dos animais o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA Guilherme Costa Negro Dias explica que são importantes alguns cuidados em todo o processo.
“A vacina deve ser adquirida em estabelecimento credenciado para a revenda e conservada em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. Para conservar as vacinas e a seringa já com as doses para aplicação os produtores podem mantê-las em caixa de isopor com gelo. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”, diz.

 

Declaração pelo site do IMA
A declaração de vacinação também é obrigatória e o produtor que não o fizer até o dia 10 de junho poderá receber multa de 5 Ufemgs, o equivalente a R$ 16,26 por cabeça.
Portaria do IMA publicada neste mês estabelece que a partir de agora os produtores rurais proprietários de 150 ou mais bovinos ou bubalinos deverão declarar a vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa exclusivamente por meio do site www.ima.mg.gov.br. Até então, os produtores podiam declarar a vacinação de forma presencial em uma unidade do IMA.
“Esta medida desburocratiza o serviço. Os produtores poderão declarar a vacinação do seu gado da sua própria casa ou escritório, pela internet. Com isso, ganham comodidade, facilidade e, principalmente, tempo para dedicar-se às suas atividades produtivas”, afirma o diretor-geral do IMA, Marcílio de Sousa Magalhães.

 

Produtores com menos de 150 animais
A declaração de vacinação do gado para produtores com plantel de até 150 animais ainda poderá ser feita presencialmente no IMA, ou também via internet. Minas Gerais possui 389 mil produtores rurais, sendo que 206 mil destes são pequenos produtores com rebanhos de até 25 animais.
“Estes produtores poderão continuar fazendo a declaração pessoalmente nas unidades do IMA. Entretanto, estamos trabalhando para que eles passem a utilizar a declaração eletrônica pelo site do Instituto, que é fácil, rápida, segura e está aberta a todos os produtores rurais”, explica o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, Guilherme Negro. “É importante ressaltar que a declaração é obrigatória e que, caso o produtor não vacine ou atrase a entrega da declaração, ele estará sujeito às penalidades legais”, completa.

 

Exportações crescem
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho bovino do Brasil, com 23,7 milhões de cabeças e lidera o ranking nacional da produção de leite com 9,3 bilhões de litros/ano. No primeiro trimestre deste ano as exportações mineiras de carne bovina somaram US$ 120,9 milhões ante US$ 98,3 milhões em igual período do ano passado, um crescimento de 23% no faturamento. As exportações mineiras são viabilizadas pelo status de área livre de febre aftosa com vacinação que o estado possui junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A China é o principal comprador do produto mineiro, com 41,4% do total das vendas externas.

 

ATENÇÃO

A vacinação é um dos métodos mais eficazes na prevenção de doenças. No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA preconiza a vacinação obrigatória para algumas doenças como febre aftosa, raiva e brucelose. A prática de vacinação contra clostridioses, rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR), diarreia viral bovina (BVD), leptospiroses, entre outras, previne vários prejuízos causados por elas.

 

COMO VACINAR

A aplicação correta da vacina influencia no resultado e garante a saúde do rebanho. Uma boa resposta vacinal depende da qualidade da vacina, da resposta imune do animal e do processo de vacinação, que deve ser feito corretamente.

Um ponto primordial é adquirir produtos confiáveis (fabricantes idôneos), de alta qualidade, eficácia e segurança. Os pecuaristas devem sempre consultar um médico veterinário. Não é recomendado vacinar animais doentes, debilitados e estressados (ex.: estresse de transporte e desmame).

O processo de vacinação deve ser conduzido de uma maneira tranquila, de preferência nos horários mais frescos do dia.
A vacina deve ser mantida em geladeira (temperatura correta de conservação entre 2° e 8° C).

Durante o processo de vacinação, as vacinas também devem estar refrigeradas (em caixa de isopor com gelo, por exemplo). Não guardar as vacinas em congelador. Agitar o frasco antes de usar. Não guardar frascos abertos, utilizar todo o conteúdo. Sobras de vacinas devem ser destruídas.

Utilizar seringas e agulhas limpas e esterilizadas. Cuidados com a contaminação de todo o material, pois poderá causar abscessos nos animais vacinados.

Durante a vacinação, é recomendado sempre trocar de agulha. As agulhas com ponta romba, com sujidades, contaminantes ou que tenham caído no chão devem ser substituídas.

Em animais primovacinados (vacinados pela primeira vez), a dose reforço é muito importante para a obtenção de níveis ótimos de proteção.

Para que o animal produza os anticorpos necessários à sua proteção, é imprescindível que seja vacinado em condições de saúde e que não esteja sob administração de medicamentos imunossupressores, por exemplo, com corticoides.

 

Procedimentos de vacinação

O procedimento de vacinação deve ser planejado com antecedência para evitar falhas no manejo na data programada.

Antes da vacinação deve ser feita uma inspeção no tronco de contenção para verificar e recolher materiais que possam causar lesões nos animais, como pontas de madeiras e pregos.

Deve-se estabelecer o cronograma para a vacinação e determinar o funcionário responsável pela atividade, desde separar o gado até o retorno dos animais ao pasto.

 

Aplicação da vacina

O local da aplicação deve ser sempre na tábua do pescoço, evitando outras partes do corpo como cupim, lombo, dorso e prega da cauda.

Para a aplicação subcutânea, a seringa deverá ser posicionada paralelamente ao pescoço do animal. A pele deverá ser puxada, formando uma prega, onde será introduzida a agulha para aplicação da vacina. Após a vacina aplicada, aguarde um segundo para que não haja refluxo.

Para aplicação intramuscular, a seringa deverá ser posicionada perpendicularmente ao pescoço do animal.
Soltura do animal e repetição do processo

Observações durante o processo de vacinação:
– De tempos em tempos, verificar a caixa de isopor (se ainda permanece gelada).

– A cada cinco a dez animais, trocar a agulha. Colocar as agulhas utilizadas no recipiente com água fervendo e retirar conforme a necessidade do uso.

– Ao final da vacinação, observar os animais para identificar possíveis reações adversas.

– Após o uso, fazer a lavagem e desinfecção da pistola e agulhas. Retirar a agulha e desmontar a seringa cuidadosamente, colocando as peças em um recipiente com uma solução com CB-30 TA.

– Lavar todas as peças cuidadosamente com uma escova e esponjas limpas.

– Colocar as peças em um recipiente com água e deixar ferver por 15 minutos.

– Retirar todas as peças da água fervente e colocar sobre uma toalha de papel; lembrar de mantê-las cobertas enquanto as peças secam. Após todos os procedimentos e pistola completamente seca, montar a seringa e guardá-la frouxa. Lubrificar com óleo específico indicado pelo fabricante. Recomenda-se guardar a seringa lubrificada e lavar antes do uso. Não é indicado fazer a lubrificação antes da vacinação para que não ocorra mistura com a vacina. Guardar o equipamento em local limpo, fresco e organizado.

Uma vacinação adequada, de acordo com a orientação do médico veterinário e com as boas práticas garante a saúde do rebanho e a lucratividade do negócio.
Fonte: Portal Dia de Campo