OLHAR SEMPRE ATENTO

Segundo o criador José Augusto é fundamental focar em conforto, alimentação e genética

A Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais possui associados em diversas regiões do Estado e a nossa parada desse vez foi na região do Alto Paranaíba.
A coluna ASSOCIADO EM PAUTA traz nessa edição a história de José Augusto Marque Silva, com o afixo J.A.J.M, da Fazenda Paraíso em Carmo do Paranaíba – MG. Região de clima tropical e relevo levemente ondulado, ele e o seu pai José Marques da Silva começaram a investir na raça Holandesa, há cerca de dez anos. “Tenho um filho de 5 anos, o João Augusto que gosta bastante da fazenda e sempre que posso, levo ele comigo”, comenta entusiasmado.
José Augusto que está no sexto período do curso de Medicina Veterinária ressalta que todos os criadores devem ter olhar sempre atento para o conforto, a alimentação e a genética, pois esses são fundamentais para a raça Holandesa. Sempre com um sorriso no rosto, acompanhe o bate-papo com um criador apaixonado pela raça.

JORNAL HOLANDÊS: Como iniciou a sua história na raça Holandesa?
JOSÉ AUGUSTO MARQUE SILVA: A minha história no Holandês começou quando eu e meu pai decidimos começar a produzir leite, isso foi há oito anos, mas na realidade posso falar que já tenho dez anos contando desde o início, quando focamos em apurar os animais da raça Holandesa.

JH: E a família, como ela relaciona com a fazenda?
JA: A família não frequenta muito a fazenda, mas meu pai gosta muito, mas não tem muito tempo. Tenho um filho de 5 anos, o João Augusto que gosta bastante da fazenda e sempre que posso, levo ele comigo.

  

José Marques da Silva com o seu neto e ao lado o seu filho José Augusto Marques Silva se divertindo com a mais nova geração, João Augusto, de 5 anos, apaixonado desde pequeno pela fazenda

JH: Como é a estrutura da Fazenda Paraíso?
JA: A fazenda tem piquetes fixos com área de 0,75ha que são quatro lotes compostos por 24 vacas cada, com produção média de 25 litros dia, em duas ordenhas e a sala de ordenha é composta por uma ordenha canalizada de 8 conjuntos. As bezerras ficam em um bezerreiro estilo argentino, após elas saírem da casinha são agrupadas em lotes por idade, tamanho e peso, assim elas ficam até irem para o pré-parto e após o parto vão para os lotes de vacas em lactação. Todos os animais recebem silagem de milho, ração e alguns sub produtos com caroço de algodão, casca de soja e polpa cítrica.

JH: Por que escolheu a região do Alto Paranaíba?
JA: Sou da região e gosto muito daqui.

JH: Você trabalha na fazenda?
JA: Estou presente no dia a dia da fazenda, sempre ajudando na ordenha de manhã que começas as 5h30. Meu pai também frequenta a fazenda, mas geralmente somente nos finais de semana, pois ele tem outro negócio na cidade.

JH: A fazenda tem somente Holandês?
JA: Meus animais ainda não são todos Holandeses puros, mas estamos trabalhando para termos somente animais puros.

JH: Além do leite, a propriedade possui outras produções?
JA: A propriedade é voltada somente para o gado de leite e produção de volumoso para o gado.

JH: Qual o foco da fazenda?
JA: O foco da propriedade sempre foi produção de leite, mas no futuro pretendemos vender genética.

JH: Em visita a região, observei um envolvimento grande entre os criadores. Como funciona o relacionamento entre os produtores da região?
JA: Os produtores da região trocam muitas informações, mas poderíamos ser bem mais unidos para podermos negociar nosso produto, o leite, com os laticínios da região, pois juntos teríamos mais força!

JH: O que você me fala sobre o mercado do leite?
JA: A cadeia do leite não tem estabilidade, tudo que precisamos comprar fica mais caro e na hora que mais precisamos de recursos para poder custear a produção de volumoso nosso produto, o leite, desvaloriza. Não é que eu queria ganhar muito dinheiro com leite, mas deveríamos ser mais bem remunerados porque o nosso investimento é alto.

JH: Mão de obra é um problema?
JA: A mão de obra qualificada é realmente complicada, quando preciso de um funcionário geralmente tenho que treinar e fazer tudo.

JH: Como saber a hora certa de investir?
JA: A hora certa é difícil de falar, pois só invisto quando realmente preciso ou tenho alguma necessidade ou tenho dinheiro em caixa.

JH: Vale a pena criar Holandês?
JA: Resolvi criar Holandês por causa da docilidade, beleza e produção de leite.

JH: O que os criadores devem estar sempre atentos?
JA: Minha experiência que posso passar para outros criadores é que devemos olhar sempre para o conforto, a alimentação e a genética que são fundamentais para nossa raça Holandesa. Produzir muito, com qualidade e ter animais que fiquem na fazenda por muito tempo, pague as contas e dê lucro para os produtores são fatores importantes para a vida da propriedade, por isso é importante estar sempre de olho na criação e acompanhar os processos na fazenda.