E consequentemente melhorar os resultados reprodutivos e econômicos da fazenda
Os problemas uterinos no pós-parto, infelizmente, são comuns em vacas leiteiras e sua incidência contribui para a redução da fertilidade e uma consequente ineficiência econômica do sistema de produção. Afinal, todo aspecto que leve a um atraso na concepção trará prejuízos ao sistema. Dessa forma, conhecer os fatores de risco é essencial para conseguir atuar na prevenção e evitar danos a vaca e perdas ao sistema.
É importante salientar que o desenvolvimento de doenças uterinas no pós-parto estará relacionado a diferença no “tamanho” do desafio e as condições das vacas em vencer e superar o mesmo. Portanto, é preciso atuar em proporcionar melhores condições ao animal a fim de que o desafio seja menor e suas condições imunes e de resposta sejam maiores.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de problemas uterinos no pós-parto são: balanço energético negativo, acúmulo de matéria orgânica no local do parto, animais com escore de condição corporal inadequado no momento do parto, distocias, nascimento de gêmeos, natimortos, retenção de placenta, abortos, estresse calórico e doenças infecciosas.
Baseado no conhecimento dessas dificuldades, tem se algumas dicas para diminuir a incidência de problemas uterinos no pós-parto e consequentemente melhorar os resultados reprodutivos e econômicos da fazenda.
Minimizar e monitorar balanço energético negativo
É preciso adoção de manejos que visem e estimulem um maior consumo dos animais como: fracionamento da dieta, aproximação do trato entre os horários de fornecimento da dieta, correto dimensionamento dos lotes, separação entre primíparas e multíparas, adequado balanceamento nutricional e boas condições de conforto.
Quanto ao monitoramento uma boa opção são os programas de teste para cetose. Para isso é necessário focar nas duas primeiras semanas após o parto e para que o teste seja realizado de forma adequada é preciso que uma gota de sangue do animal seja colocada em uma tira reagente já inserida no medidor que vai determinar a concentração sanguínea de BHBA em poucos segundos.
Utilização de dieta aniônica no pré-parto
A dieta aniônica é a alteração da composição mineral da dieta pré-parto e tem como objetivo principal evitar casos de hipocalcemia clínica e subclínica. Somente a inclusão da dieta na propriedade não é suficiente para garantir que a mesma cumpra o seu objetivo. O monitoramento deve ser realizado por meio do pH urinário e mensurado nas vacas que estão ingerindo a dieta aniônica a pelo menos 5 dias até 3 semanas.
Boas condições higiênicas e de conforto para os animais
Quanto ao local de permanência dos animais no pré e pós-parto deve ser um ambiente limpo, com mínimo de estresse possível e, principalmente, provê-los de maior conforto. Nesse sentido, um ponto importante é o sombreamento dos piquetes e demais locais onde esses animais permanecerão até o momento do parto, de modo a minimizar ao máximo o estresse térmico.
Monitorar escore de condição corporal
Preconiza que vacas devem parir com um ECC de 3,0 a 3,25 (escala de 1 a 5), pois um ECC inferior a 3,0 é associado com reduzida produtividade e desempenho reprodutivo, enquanto que um ECC igual ou superior a 3,5 e associado com redução do consumo, bem como da produção leiteira e aumento no risco de incidência de doenças metabólicas. A meta é 75% das vacas nesta condição na secagem e também ao parto.
Correta escolha de touros
Ficar atento a seleção do touro na característica facilidade de parto, como visto a ocorrência de distocias é um importante fator de risco para o desenvolvimento do problemas uterinos pós-partos. Para criação de uma vaca produtiva é essencial uma vaca saudável, portanto, o sucesso nesse momento é fundamental para toda lactação. A recíproca também é verdadeira, negligenciar os pontos citados acima poderá trazer reflexo em toda vida produtiva do animal. Não há dúvidas, o sucesso raramente é resultado de sorte, busquemos os melhores resultados através de bons manejos.
Fonte: Rehagro