BOA GESTÃO E APTIDÃO PARA CRIAÇÃO DE HOLANDÊS

O associado Rui da Silva Pinto Júnior é um exemplo da viabilidade comercial da Raça Holandesa. Mesmo com uma estrutura enxuta já exporta sua genética para o Panamá


Nascido no meio do agronegócio, com uma pequena propriedade e um rebanho seleto, o associado, que faz questão de deixar claro, Dr. Rui da Silva Pinto Júnior é hoje um dos mais importantes criadores de gado Holandês jovem no Brasil, além de ser produtor de leite e genética é Médico Veterinário e membro do Colégio Brasileiro de Jurados da raça Holandesa. Ele criou um modelo para o agronegócio, na área da pecuária leiteira, que demonstra na prática como os pequenos podem ter lucro e a importância dos serviços prestados pela Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais que chancelam seus resultados e com isso gera valor agregado ao seu plantel e além do apoio na empreitada.
A história do criador Rui percorre gerações. Tudo começa com o seu avô, Altair da Silva Reis, criador respeitado nacionalmente, que começou no agronegócio há mais de 70 anos. O seu tio Almir Pinto Reis também sempre foi um grande incentivador acompanhando e apoiando a trajetória do seu sobrinho: “Ambos deram oportunidade de desenvolver como técnico, manejar o gado e participar de exposições. Esse apoio foi fundamental para minha formação e minha fixação no agronegócio que em 2005 comprei meus primeiros animais e finalmente em 2015 parti para carreira solo”, ressalta entusiasmado Rui.
Os animais são alocados em duas propriedades, uma em Itanhandu-MG, onde concentra o gado adulto e de produção, composto por um rebanho de 28 animais sendo, 26 Holandesas e com média de produção de 35,8kg para vacas Holandesas. Já em Itamonte-MG, a uma altitude aproximada de 1.600 metros, encontramos o gado jovem destinado a exposições.

Os animais jovens de pista vivem a uma altitude aproximada de 1.600 metros
Foto: Wagner Correa

“O meu negócio é baseado em três pilares: genética, produção e marketing. Possuo um banco genético muito bom e bem diversificado, praticamente todos os animais em lactação são classificados como MB, com média bem alta, a Classificação Linear para Tipo é um dos serviços que utilizo da Associação Mineira que valorizam e também tornam meu negócio viável. Além disso, há também a participação em exposições onde a visibilidade do meu trabalho é bastante grande. Minha gestão leva tudo em consideração e minimiza custos de forma a maximizar a geração de receita em todas as fases, desde a criação até a produção”, comenta.
Acompanhe conosco os detalhes desse negócio e como ele está conquistando o mercado internacional.


Foto: Wagner Correa

“Minha gestão leva tudo em consideração e minimiza custos de forma a maximizar a geração de receita em todas as fases”

“Já obtive mais retorno vindo das exposições como boa venda de
animais e tourinhos”

“A exposição pode ter vários “se não”, mas, é inegável que você
está aparecendo”


JORNAL HOLANDÊS: Como você tornou o seu negócio rentável?
RUI DA SILVA PINTO JÚNIOR:
Veja bem, existe um limite de produção até mesmo pela área que possuo. Hoje já estou quase atingindo esse limite e é necessário dentro do meu negócio buscar outras formas de rentabilizar. Assim fui buscar melhoramento genético, adquiri animais de outros criadores, embriões importados que fortaleceram meu rebanho e o reflexo disso foi para a pista. Já a pista me proporciona fazer negócios de venda de tourinhos, bezerras e vacas. Ela me torna conhecido e compõe um dos meus pilares que é a comunicação. Sempre investi nisso. É tão importante que já me proporcionou a exportação de embriões de Holandês para o Panamá. É minha genética, é gado Holandês de Minas para a América Central.

JH: A genética RJ. Reis já chegou na América Central, como foi essa história?
RJ:
Por intermédio de uma parceria com um Médico Veterinário, da Gertec Embriões, de fazer um trabalho em cima da Classificação Linear para Tipo, editar um bom catálogo com fotos bem produzidas, informações claras e chanceladas surgiu a oportunidade de exportar embriões de Holandês para o Panamá. É genética Santos Reis para o Panamá. Ele (o veterinário) ficou sabendo do meu trabalho devido à participação e bons resultados nas exposições, ou seja, foi retorno oriundo da minha presença e participação nesses eventos. Já obtive mais retorno vindo das exposições como boa venda de animais e tourinhos. A exposição pode ter vários “se não”, mas, é inegável que você está aparecendo. Sou muito criterioso na escolha de meus animais. Possuo animais oriundos com até 13 gerações anteriores classificados excelentes e a maioria com cinco gerações anteriores pelo menos MB.

JH: Fale um pouco como os serviços da Associação Mineira agregam ao seu negócio?
RJ:
Possuo um banco genético muito bom e bem diversificado, praticamente todos os animais em lactação são classificados como MB, com média bem alta, a Classificação Linear para Tipo é um dos serviços que utilizo da Associação Mineira que valorizam e também tornam meu negócio viável. Ressalto também o serviço de Controle Leiteiro Oficial que me dá o direito de dizer com tranquilidade que em 2017 possuí a melhor média para 2 lactações no estado de Minas Gerais, premiação entregue nos Melhores de Minas em Belo Horizonte.

JH: Como você exerce a liderança na propriedade?
RJ:
Hoje a minha equipe é composta por três funcionários, que não são apenas funcionários, são considerados como meus amigos. Vale ressaltar que eles vieram com uma bagagem muito grande, pois trabalhavam na fazenda do saudoso Manuel Jacinto Gonçalves. E eu, como Médico Veterinário defino juntamente com a minha equipe todas as ações necessárias para o bem estar dos animais e bom andamento do dia a dia na fazenda. Tudo sempre muito enxuto.


Foto: Wagner Correa

JH: Existe um tratamento diferenciado para os animais jovens que vão para as exposições em suas propriedades?
RJ:
Como a propriedade, onde crio as bezerras, está localizada em uma altitude relativamente elevada, acima de 1.600 metros, tenho uma dificuldade muito grande na produção de milho e silagem e dessa forma esses animais recebem uma quantidade muito maior de feno. Isso faz com que tenham uma boa condição corporal para participar de uma exposição, o que facilita meu trabalho. Também me preocupo muito com o bem estar, são lotes pequenos, mesmo sendo no piquete. Sempre observo a existência de sombra e a limpeza com o local de alimentação. São estruturas simples, porém muito bem conduzidas. Assim acaba que não existe diferença na criação dos animais jovens de pista ou produção e ambos ganham com isso, pois todos recebem uma alimentação de excelente qualidade em um período que fará diferença pelo resto de suas vidas.

JH: Há um número mínimo de animais para levar em uma exposição?
RJ:
É preciso pensar em parceria e valorizar o seu melhor, muitas vezes o pequeno possui, por exemplo, três bons animais para uma exposição, mas ele quer levar dez, e por achar que é pouco não vai e quando vai, vai sozinho, com muitos animais, o que aumenta custos. É melhor juntar três de um, dois de outro ou mesmo um animal e levar em parceria, mas o importante é ir, começar a aparecer, prestigiar, aproveitar para fazer bons negócios e assim se tornar conhecido e visto pelo meio. Você participa com dez ou com um, o importante é estar presente com o que você tem de melhor e assim vai ser sempre lembrado.

JH: Dá para encarar uma exposição mesmo sendo pequeno?
RJ:
A megaestrutura, somente, não garante os resultados. Para ter bons resultados em pista com uma estrutura enxuta como a minha é necessário ter uma gestão inteligente, usar a criatividade e principalmente conhecer muito bem o que você possui dentro da propriedade e se for o caso investir em genética. Observando todos esses detalhes é completamente viável e necessário participar de exposições para divulgar seu produto. O importante é começar a participar, pelo menos nas regionais.


Principais conquistas como Melhor Criador e Expositor
Gado Jovem

Início do projeto em 2015

Exphomig 2015 | Barbacena – MG
Exphomig 2016 | Belo Horizonte – MG
Megaleite 2016 | Belo Horizonte | MG
ExpoItanhandu 2016 | Itanhandu | MG
Café com Leite 2016 | Santa Tereza | ES
Expositor Nacional da Raça Holandesa 2016 | Castro | PR
Megaleite 2017 | Belo Horizonte | MG
ExpoItanhandu 2017 | Itanhandu | MG
Café com Leite 2017 | Santa Tereza | ES
2o Melhor Criador e Expositor LeiteShow 2017 | Guaratinguetá | SP
1o Circuito Nacional da raça Holandesa 2017
Megaleite 2018 | Belo Horizonte | MG
ExpoItanhandu 2018 | Itanhandu | MG
Café com Leite 2018 | Santa Tereza | ES
LeiteShow 2018 | Guaratinguetá | SP
2o Circuito Nacional da raça Holandesa 2018