A Fazenda Lageado está focada em genética para ampliar o negócio
O ASSOCIADO EM PAUTA dessa edição é um casal que com muita simpatia recebe a todos com um grande sorriso. O nosso bate papo é com o Médico Veterinário, Dr. João Paulo Tiago Santana e sua esposa Lorena Ohanna Magalhães Vieira, da Fazenda Lageado, em Lagoa Formosa – MG. A propriedade é do associado Geraldo Fernandes de Santana, que trabalha com leite há mais de 40 anos. Atualmente quem gerência a propriedade são os filhos Geraldo e Dr. João e a sua esposa e Engenheira Agrônoma, Lorena também contribui com o dia a dia da fazenda. De pai para os filhos, essa história comprova que a união da família está dando bons resultados para o crescimento do negócio.
Além da organização da fazenda, um outo detalhe que chama a atenção é as belas imagens de Cristo e de Nossa Senhora da Aparecida na fazenda. “Acreditamos que sem Deus nada acontece”, comenta Lorena.
Focados em genética, pretendem chegar a 500 vacas em lactação, no próximo ano. Vamos conhecer um pouco mais da história dessa família que há 30 anos trabalha com gado Holandês e vem se adequando as mudanças do mercado e, sobretudo evoluindo com a raça.
JORNAL HOLANDÊS: Por que Fazenda Lageado?
JOÃO SANTANA: Surgiu com o nome da região em que a fazenda se encontra (Lageado do Buracão) e o nome da fazenda ficou sendo Lageado.
JH: Como o Holandês surgiu na propriedade?
JOÃO: O meu pai trabalha com gado de leite há mais de 40 anos. A criação de Holandês começou a cerca de 30 anos com incentivo de um laticínio que fornecíamos leite na época, de lá pra cá viemos intensificando cada vez mais o uso da raça.
JH: Como é a estrutura da fazenda?
JOÃO: A estrutura da fazenda é Compost Barn para todas as vacas em lactação, vacas secas, pré-parto, novilhas gestantes, e parte das novilhas inseminando e o restante da recria é criada em piquetes.
JH: Como o rebanho vem evoluindo e aonde pretendem chegar?
JOÃO: Hoje estamos em um processo de transição, estamos tirando vacas mais fracas geneticamente para a fazenda e comprando animais superiores buscando a padronização do rebanho e médias mais altas. Hoje estamos com 400 vacas em lactação e o objetivo é chegar em 500 vacas em lactação no próximo ano.
JH: Como são divididas as responsabilidades da família na fazenda?
LORENA VIEIRA: A partir do primeiro dia que tive contato com a fazenda já foi definido a minha função, hoje sou responsável por abastecer o programa de dados da fazenda e auxiliar meu marido nos processos e na organização do dia-a-dia da empresa. Meu cunhado, Geraldo José Nogueira, que trabalha na fazenda desde a fundação, divide com o meu marido as responsabilidades de gerência do negócio.
JH: Lorena, como vê a mulher no agronegócio? Como superar as dificuldades?
LORENA: Fui criada numa família onde a mulher sempre teve palavra forte, demonstrava suas opiniões e tinha vontade própria, no agro não seria diferente, me considero uma pessoa de “punho firme” e metas claras, isso me ajuda muito a superar os desafios diários da profissão e conseguir alcançar os meus objetivos.
JH: Qual ou quais os focos da propriedade?
LORENA: Genética buscando produtividade e saúde.
JH: É importante investir em tecnologia?
JOÃO: Sim, somos muito abertos a novas tecnologias, porém toda tecnologia tem seu custo, sempre estudamos nossas prioridades na fazenda, tendo elas definidas buscamos tecnologias que possa nos auxiliar e fazemos um estudo de viabilidade financeira para ter a certeza se podemos ou não colocar na empresa.
JH: Como contornar as oscilações do mercado?
JOÃO: O leite sempre tem seus altos e baixos, como a maioria das atividades da agropecuária, a gente contorna fazendo orçamentos e tendo previsibilidade dos meses com maior desafio, assim fica mais fácil de contornar a situação.
JH: Mão de obra é um problema?
LORENA: Não considero mão de obra como problema, temos uma equipe muito boa, a gente busca sempre estar aperfeiçoando a gestão de pessoas e processos em nossa empresa.
JH: Quais as dicas para um animal alcançar grande produtividade?
LORENA: Genética, conforto e consistência de manejo.
JH: A dieta dos animais possui variação durante o ano?
LORENA: Trabalhamos com dieta única, variando apenas consumo de acordo com peso e produção, a dieta é praticamente a mesma o ano inteiro.
JH: Quais os maiores desafios na criação do Holandês e como superá-los?
JOÃO: O Holandês exige mais conforto, então exige instalações adequadas, resfriamento e um cuidado maior na criação desses animais principalmente bezerras.
JH: Como a Associação Mineira contribui para a evolução da fazenda?
JOÃO: Atualmente estamos fazendo o Registro Genealógico dos animais, pois é importante para ter um melhor controle e acompanhamento da evolução do rebanho.
JH: Quais são os planos para o futuro?
JOÃO: Pretendemos estabilizar o rebanho e vender genética.
JH: Quais são os aspectos fundamentais para cuidar e crescer no Holandês?
LORENA: É fundamental que cada fazenda tenha seu plano genético bem construído.
JH: Vocês vivem do leite? É possível?
JOÃO E LORENA: Sim vivemos do leite, é a nossa principal fonte de renda.
É possível sim viver do leite, mas para isso é preciso ter planejamento, organização e disciplina.