O casal Silvana e Vandinho está empolgado com o crescimento rápido da fazenda e comprovam que com muito trabalho é possível ampliar os negócios e viver do leite
Para quem acredita que só consegue trabalhar com gado Holandês se vier de família tradicional, ou mesmo ser formado em áreas relacionadas ao agronegócio está enganado. A coluna ASSOCIADO EM PAUTA conta a história de um casal que unido pelo amor e com muito foco e aprendizagem crescem a cada ano o seu negócio. Estamos falando da associada Silvana Carla Agrelle de Souza e o seu marido Vandinho. Devido os percalços profissionais resolveram dar uma grande guinada nas suas vidas saindo da cidade e indo para ao campo. Proprietários da Fazenda Kiri localizada em Rochedo de Minas – MG a cada ano aumentam a sua produção, comprovando que os investimentos estão dando bons resultados. “Passamos a viver do leite porque conseguimos trabalhar com o gado produtivo e com maior persistência em lactação”, comenta Silvana.
Ela ressalta que trabalhar com a produção de leite vale sim muito a pena. “Todo início de investimento tem suas dificuldades, mas a realidade é uma só: acordar cedo, trabalhar muito, focar nos objetivos e estarem atentas às novas informações”, enfatiza. Vamos juntos conferir como esse casal com apenas dois anos trabalhando com Holandês conseguiu dobrar a sua produção!
JORNAL HOLANDÊS: Você tem apenas dois anos que começou a criar gado Holandês. O que fazia antes?
SILVANA CARLA AGRELLE DE SOUZA: Éramos empresários no ramo têxtil. No final de 2017 meu pai Waldir Sebastião de Souza faleceu e me coube à sucessão na fazenda, diante desse desafio optamos por fechar a empresa e reativar a área da pecuária leiteira e com essa decisão passamos a morar na fazenda e nos dedicarmos literalmente ao novo negócio.
JH: Por que escolheu a raça Holandesa?
SS: A fazenda não era mais leiteira e sim de gado de corte, em novembro de 2018 quando nós mudamos para fazenda ela produzia 80 litros de leite, foi aí que começamos a buscar meios para aumentar o nosso rendimento. Nosso amigo Leonardo Jorge (Léo Pangaré) que nos levou até a Fazenda Estrela Azul e fizemos nosso primeiro contato com o gado Holandês, compramos as duas primeiras vacas Holandesas e que mudou nosso conceito de gado produtivo Conhecemos Claudiney (Ney) hoje se tornou um amigo e grande parceiro.
JH: Como são divididas as tarefas?
SS: Hoje eu trabalho com meu marido Vandinho e mais três funcionários, eu Silvana cuido dos bezerros e dos controles genéticos e Vandinho cuida do restantes dos afazeres.
JH: No início como era sua propriedade? E hoje, mudou muita coisa?
SS: Quando assumimos não havia qualquer tipo de controle, ordenha era de balde ao pé, bezerros amarrados ao pé da vaca e se tirava leite uma vez por dia, o cruzamento era monta e os animais não tinha uma dieta. Assim era antes.
Hoje mudamos toda a estrutura do curral para oferecer conforto para o gado e para os funcionários e passamos a ordenhar em pé com mais agilidade e higiene o que nos levou a melhorar muito a qualidade do nosso leite, hoje o processo é mais rápido e temos mais tempo para dedicar às outras atividades na fazenda.
JH: Como um criador que não vem das origens do negócio do leite consegue em tão pouco tempo crescer sua produção?
SS: Buscamos primeiro plantar para garantir a alimentação dos animais e depois buscamos a genética e aí optamos pela produtividade do Holandês. Visitamos várias fazendas e consultamos vários profissionais da área de nutrição e veterinária e com isso chegamos em um resultado surpreendente. O nosso maior investimento foi optar pelo gado Holandês e confinar os animais. Com o gado confinado e dieta balanceada obtivemos uma média de 27 litros por animal.
JH: Quais os detalhes que deve sempre atento para não onerar as contas no final do mês?
SS: Manter a saúde dos animais e um bom manejo da produção.
JH: Um ponto que requer muita atenção dos criadores é a alimentação, como ela é feita?
SS: Hoje a ração é à base de silagem de milho e contamos com o Dr. Emilio Carlos Garcia Junior junto com o Vandinho fazendo mensalmente o acompanhamento da nutrição dos animais.
JH: Além do leite você também possui gado de corte. Como economicamente eles impactam no negócio?
SS: Sim hoje nosso gado de corte foi separado das vacas leiteiras e montamos estação de monta o que nos possibilitou uma organização do fluxo de caixa e pagamentos dos nossos investimentos.
JH: Como vocês conseguem viver do leite?
SS: Passamos a viver do leite porque conseguimos trabalhar com o gado produtivo e com maior persistência em lactação.
JH: Porque muitos estão deixando o negócio?
SS: Em nossa opinião as pessoas estão deixando o negócio porque não querem investir em tecnologia e nem no melhorando genético. Apesar de toda dificuldade, hoje, nossa família é mais feliz. Por quê?
Nossa!!!!! Somos muito mais felizes hoje, qualidade de vida supera qualquer obstáculo a começar pelos animais que são seres gratos e também os funcionários gostam do que fazem.
JH: Qual a sua mensagem para aqueles que estão na dúvida se o negócio vale a pena?
SS: Em nossa opinião o negócio vale sim. Mais todo início de investimento tem suas dificuldades. A realidade é uma só: acordar cedo, trabalhar muito, focar nos objetivos e estarem atentas às novas informações.
JH: Quais os planos para o futuro?
SS: Há…Quando iniciamos era chegar a produzir 500 litros por dia. Hoje já passamos de 1.000 litros por dias, agora queremos confinar todo rebanho para chegar em 2021 com 2.000 mil litros dia. E para um futuro próximo esperamos sempre estar evoluindo e fazer grandes parcerias!