A Fazenda JB trabalha focada em “indicadores de sucesso”
A coluna ASSOCIADO EM PAUTA mostra que a Fazenda JB mesmo desenvolvendo vários segmentos na propriedade o leite se tornou ótimo negócio a partir do momento que proporcionaram condições ideais para os animais produzirem.
A nossa conversa é com o Administrador, Michel Carim Penido Oliveira, filho do associado Márcio Flávio Penido Oliveira que juntos conduzem os negócios. “Tudo começou com meu avô, João Brás de Oliveira, um amante de boas vacas, comprou 20 novilhas importadas e 10 vacas”, comenta Michel.
Associado a 21 anos, da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais, a fazenda localiza-se em São Gonçalo do Sapucaí – MG.
Saiba quais são os “indicadores de sucesso” utilizados na propriedade para obter lucro com o leite e poder planejar futuros investimentos.
JORNAL HOLANDÊS: Como é a estrutura da Fazenda JB?
MICHEL CARIM PENIDO OLIVEIRA: Atualmente minha estrutura suporta 300 animais em lactação, mas estou com 250 animais em lactação, mais a recria.
As vacas em lactação e o Pré-parto ficam alojadas num Compost Barn e a recria em piquetes semi abertos.
A expectativa é que em novembro conseguiremos lotar nosso Compost com 300 animais e o excedente iremos vender. A Fazenda JB ocupa 240 hectares.
JH: Qual o seu sistema de produção?
MO: Escolhemos o Composto Barn pela facilidade do manejo, pelo composto que utilizo nas lavouras de café e milho e por não precisar investir em um manejo de dejetos. E também pelo grande conforto que gera aos animais.
JH: A propriedade tem somente Holandês?
MO: 95% do gado é Holandês, pretendemos ter 100%, pois o gado Holandês é mais rentável ao nosso sistema de produção.
JH: A família participa do negócio?
MO: Sim, eu e o meu pai Márcio tomamos juntos as decisões.
JH: Por que é importante ter a família no negócio?
MO: Acho muito importante para dar continuidade ao negócio, além de nos manter sempre próximos.
JH: Muito se fala que é difícil viver do leite. E aí, vocês vivem somente do leite?
MO: Uma ótima pergunta. Atualmente, temos vários segmentos, o leite se tornou ótimo negócio a partir do momento que demos condição ideal para os animais produzirem. Quando digo “condição ideal”, falo de conforto, boa alimentação, mão de obra qualificada e genética.
JH: Além do leite, a propriedade possui outras produções? Por quê?
MO: Sem, produzimos também café, feijão, aveia, batata e gado de corte. Temos como foco muito grande na agricultura, além da rotação de cultura nos ajudar bastante em grandes produções de volumoso e grãos, temos atingido grandes ganhos no segmento.
E o gado de corte, criamos nos lugares mais altos, onde não são tratoraveis.
Aproveitamos ao máximo a terra disponível na propriedade.
JH: Qual ou quais os focos da propriedade?
MO: O nosso foco é ter 300 animais de alto padrão no composto e quando houver lotação venderemos o excedente.
JH: Quais são os investimentos que o produtor deve estar sempre atento para não onerar os gastos?
MO: Temos como “indicadores de sucesso” para a fazenda:
– Fazer um volumoso de qualidade, no caso, fazemos silagem de milho. Silagem de aveia e grão úmido de milho.
– Otimizar a compra de concentrados, pois determinam mais de 30% da receira.
– Ter boas taxas de concepção e prenhez, pois vaca parada não gera receita.
– Manter sempre uma cama de qualidade para os animais, pois conforto significa mais leite!
Esses são alguns dos indicadores que damos mais prioridade na fazenda.
JH: Você acredita que a modernizar a fazenda contribui para um crescimento mais viável?
MO: Nem sempre devemos acompanhar a modernização, desde que tenho custo-benefício.
JH: Ações de sustentabilidade podem ser lucrativas?
MO: Sim, utilizamos todo nosso composto e esterco nas lavouras de milho e café, reduzindo assim nossos gastos com adubação química.
JH: Mão de obra é um problema?
MO: Aqui na propriedade tenho pouco problema com mão de obra, procuro dar bastante incentivos na patê de comodidade e alimentação para trabalharem incentivados.
JH: Economia: como você vê o mercado nacional e internacional?
MO: Vejo o mercado melhorar a partir dessa ano de 2019, com a nova normativa recente do leite e a dificuldade para importação de leite em pó, analiso que quem produzir leite de qualidade e ser eficiente dentro da propriedade vai ganhar dinheiro.
JH: Como o leite pode ser rentável já que o lucro é bastante pequeno?
MO: Dependemos muito do mercado, para ser rentável devemos pensar na otimização de nosso sistema, produzir o máximo com o custo menor possível, tendo como meta o alcance de todos os indicadores de “sucesso” dentro da propriedade.
JH: Por que é importante ser associado da Associação Mineira?
MO: Acho importante ser associado na parte de divulgação e marketing da fazenda.
Registro todo o gado, faço pesagem de leite e análise do leite individual por animal, acho importante, pois pensamos em estabilizar a nossa produção em 1.200 litros/dia e depois iremos vender nosso excedente. Os registros e encerramentos de lactação irão agregar valor aos animais que venderemos no futuro.
JH: Quais as características essenciais para conseguir ser um produtor com 21 anos criando Holandês?
MO: Gostar do que faz e se dedicar a atividade.
JH: Planos para o futuro?
MO: Fazer mais um Compost Barn para abrigar toda a recria.
JH: Deixe uma mensagem para aqueles que pretendem ingressar na pecuária leiteira.
MO: Dedicação, profissionalismo e principalmente gostar de vaca. Em minha opinião, esses são os três mandamentos para quem quer começar na atividade.