MUITOS PLANOS PARA CRESCER

O associado Vinícius Ferreira trabalha focado em produzir muito com pouco gado e com genética de ponta

Aproveitando as comemorações do Dia das Mães, a coluna ASSOCIADO EM PAUTA traz a história de mães que fazem a diferença na família do Holandês. Seja de sangue, ou seja, de coração elas sonham e acreditam em seus filhos. Quem conversou com a nossa equipe foi o associado Vinicius Lelis Ferreira da Silva que compartilhou conosco como as mulheres são importantes para a sua vida, o seu entusiasmo com o gado Holandês e como está ampliando o seu negócio. Pai de um casal, Vinícius e sua esposa Lara Moreira é que estão à frente dos negócios. Com o curso de Agronomia incompleto, sua avó e mãe de coração sempre o apoiou e acreditou na realização de seus sonhos e um deles transformou em realidade: a fazenda. “Minha avó (mãe) é esteio aqui de casa e me espelho muito nela.” Toda a equipe da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG e do JORNAL HOLANDÊS parabeniza Angelina, Lara e todas as mães, avós… Que estão longe ou perto, mas sempre presentes com o coração e acreditando nos sonhos dos seus filhos.

O Sítio Faleiro está localizado em Lagoa Grande – MG e é de propriedade dos seus avós, Mauricio Pereira Rodrigues e Angelina Galvão Rodrigues. Associado a mais de um ano, ele começou a investir no Holandês por ser um gado de excelente potencial leiteiro: “Gosto mais do Holandês, a famosa orelha curta!” Acompanhe a história de quem vive do leite e tem  muitos planos para crescer o seu negócio!

JORNAL HOLANDÊS: Como acomoda o gado nas suas várias etapas de vida?

VINICIUS LELIS FERREIRA: Nossa criação começa desde o pré-parto onde fechamos novilhas com 60 dias e vacas com 30 dias antes do parto. Quando as bezerras nascem elas vão para um berçário (que eu mesmo fiz com ripas), depois de 15 dias elas vão para um bezerreiro argentino onde ficam até 90 dias. Após esse período elas são encaminhadas para piquetes de 7 a 10 bezerras onde ficam até emprenhar, logo após, elas são direcionadas para o pasto e ficam até 60 dias antes do parto. Hoje nosso sistema para o gado de leite é o semiconfinamento onde temos uma pista de trato e fornecemos volumosos com dieta balanceada (ração, polpa cítrica, caroço de algodão). 

JH: Qual o seu sistema de produção?

VF: Hoje nosso sistema de produção é o semiconfinamento. Estamos com esse sistema porque sou pequeno produtor e também devido ao nosso clima gerando um maior conforto aos animais. Atualmente, nasce na fazenda um novo projeto que foi escolhido devido a região ter pouca chuva e ser muito quente, com isso os nossos animais terão um conforto animal mais adequando. 

JH: Planos para o futuro?

VF: Temos muitos planos sim. Estamos com um Compost Barn para 100 vacas em construção e já pretendemos aumentar para 130 vacas ou mais, vamos ver como as coisas vão acontecer. Também vamos fazer um berçário para 15 bezerras.

JH: Quais os focos da sua propriedade?

VF: No início, o nosso foco principal na fazenda era apenas tirar leite. Atualmente o meu maior foco é produção. Produzir muito com pouco e daí chegamos à genética. Devido a terra ser pequena, com 37ha, começamos a focar também em genética, onde a meta é chegar de 100 a 130 vacas em lactação e com um potencial genético alto, pois hoje conseguimos produzir muito com pouco gado e com genética de ponta. Pretendo também começar a participar de exposições de Holandês para mostrar o nosso potencial.

JH: Como o seu rebanho vem evoluindo e aonde pretende chegar?

VF: Em 2015, comecei realmente a focar mais no Holandês, a partir daí começamos a inseminação artificial e acasalamento, usamos touros de alto potencial leiteiro e também começamos o trabalho de FIV T.E. Como eu tinha um gado muito mestiço comecei a investir no Holandês PO para ter um resultado mais rápido. Hoje tenho um gado de alto potencial, pois quero trabalhar no futuro com a comercialização de genética. 


Produzimos muito com pouco gado e com genética de ponta


JH: Como é o envolvimento da família com a fazenda?

VF: Desde o início, a minha avó (Mãe) sempre me apoiou e ajudou na evolução das coisas. Antes ninguém queria dar continuidade no ramo leiteiro, só que depois de tantas benfeitorias resolveram me apoiar e ajudar mais. As coisas já estão bem melhores em questão a família e a propriedade. Atualmente quem está realmente à frente dos negócios é eu e a minha esposa Lara.

Vinícius com a sua esposa Lara no dia a dia da fazenda

JH: Posso dizer que você vive do leite?

VF: Sim, eu vivo de leite. Apesar das dificuldades de preço do mercado, se você focar em uma meta, pegar e fizer, você acaba ganhando, mas do contrário você não consegue nada, pois lucro de leite é centavos, então você tem que fazer a conta de centavos por centavos.

JH: Tecnologia, como saber a hora certa de investir?

VF: Nós nunca sabemos qual é a hora certa de investir, corremos muitos riscos, pois com esse mercado sem firmeza tudo é risco, mas temos sim que investir, porque se não melhoramos não conseguimos ficar no ramo, as coisas hoje exigem muita tecnologia.

JH: Você possui ações de sustentabilidade na fazenda?

VF: Sim. Hoje estamos terminando de montar um projeto de energia solar aonde pretendemos tocar toda a fazenda com ele. O retorno será em quatro anos e aonde gastávamos x com Cemig pretendemos gastar o mínimo ou nada com energia.

JH: Mão de obra é um problema?

VF: O maior problema nesse ramo é mão de obra. Aqui na fazenda já passamos por muitos sufoco. Hoje mesmo não temos mais funcionário, quem garra no batente é eu e minha esposa. Esse problema é complicado para resolver, na realidade serviço tem muito, mais gente que queria realmente trabalhar, pegar no batente, tem pouco.


Temos que investir, porque se não melhoramos não conseguimos ficar no ramo, as coisas hoje exigem muita tecnologia


JH: Como os serviços realizados pelos profissionais da Associação Mineira contribuem para a sua fazenda?

VF: Hoje fazemos o Registro Genealógico dos animais e começamos a realizar também a Classificação Linear para Tipo, mas já está nos nossos planos começar ainda esse ano o Controle Leiteiro Oficial. Sou associado há mais de um ano e sei que esses serviços são importantíssimos para a fazenda, pois com animais reconhecidos e com resultados muito bons, quando você vende algum animal, a pessoa que compra tem os dados oficiais com todo o seu histórico, passando assim confiança.

JH: Quando o investimento não é visto como gasto?

VF: Todo investimento é um gasto que é necessário um retorno no futuro. Tudo se paga com o tempo.

JH: Quais são os aspectos fundamentais para cuidar e crescer com o Holandês?

VF: O conforto animal é essencial, onde você ganha não só em leite, mas também em reprodução. O ditado é certo, as vacas dão o que você dá para elas, se você dá conforto elas te retribuem e assim a gente cresce com o Holandês.