Para Bruna Silva, da Fazenda Chapadão das Guaritas, é fundamental acompanhar a mão de obra dia a dia. “O dono deve estar inteiramente a par do seu negócio para alcançar o sucesso”
Em meio a muitos sorrisos e paixão, a coluna ASSOCIADO EM PAUTA mostra que a família está focada para conseguir prosperar o negócio. Nesta edição trazemos um projeto que tem cerca de três anos e meio, mesmo com pouco tempo de funcionamento, a Fazenda Chapadão das Guaritas, localizada em São Gotardo – MG já possui várias ações de sustentabilidade e projetos para aumentar cada vez mais a sua produção.
Além do entusiasmo pela raça Holandesa toda a família se dedica ao agronegócio. A nossa conversa foi com a Engenheira Civil, Bruna Luíza de Matos Silva responsável pela área administrativa e financeira da fazenda, o seu pai Washington fica por conta do gerenciamento de todo o negócio e o seu irmão Anderson trabalha na área da agricultura, mas ela também mostra que os pequeninos já adoram os animais. “Gostaríamos que nossa empresa continuasse sendo uma sucessão familiar com o meu filho Fernando e a minha sobrinha Ana Cecília…Claro, se essa for a vontade deles”, comenta Bruna.
Ela ressalta que a propriedade, desde que bem gerenciada e os custos bem avaliados, pode sim obter uma boa renda com o leite. Bruna destaca a importância da Associação Mineira desde a criação da fazenda: “Por meio dos serviços prestados pela entidade conseguimos ter um controle melhor dos animais e isso é fundamental para o negócio!”
Com um toque feminino no campo ela comenta: “É gratificante trabalhar com leite, pois desempenhamos um papel não só econômico, mas também social e nutricional”. Vamos conhecer melhor esses jovens empreendedores do leite!!!
JORNAL HOLANDÊS: Como surgiu a vontade de trabalhar com leite?
BRUNA SILVA: Começamos com o projeto há aproximadamente três anos e meio. Meu pai sempre trabalhou na área agrícola e já tinha vontade de trabalhar com a pecuária leiteira há algum tempo. Já era um sonho dele que colocou em prática após uma divisão de propriedade entre os irmãos. Com a área que tínhamos o projeto mais viável seria o leite.
JH: Como é a sua estrutura?
BS: A área total da fazenda é de 56 hectares e meio, sendo 40 hectares agrícola e o restante é reserva. A estrutura do leite é baseada em um barracão de 92m x 50m, uma ordenha com 12 conjuntos, outro barracão 60x20m, um bezerreiro 20m x 50m e 13 piquetes de recrias com área média de 600m2 cada.
JH: O que a família fazia antes de começar a investir no leite?
BS: Eu me formei há pouco tempo e trabalhava na área de engenharia civil em Patos de Minas. Com o início do projeto, vim trabalhar com meu pai em São Gotardo. Ele sempre trabalhou na área agrícola e tem uma loja de defensivos, a Cerragri, onde trabalhava com o meu irmão, e onde ele, Anderson, trabalha até hoje.
JH: Você acredita ser complicado trabalhar em família?
BS: Acho que às vezes a cobrança pode ser maior por existir muita liberdade, mas existem maiores vantagens como o interesse em comum em fazer o negócio progredir e ter sucesso. Lembrando sempre que é fundamental a transparência e a confiança para que a empresa prospere, gere estabilidade e uma perspectiva a longo prazo. Gostaríamos que nossa empresa continuasse sendo uma sucessão familiar com o meu filho e a minha sobrinha, claro, se essa for a vontade deles.
Os pequenos já estão aproveitando o clima da fazenda. Na foto acima Fernando, filho de Bruna e abaixo Ana Cecília, filha do seu irmão Anderson
JH: Como organizar as ideias para investir corretamente no leite?
BS: É fundamental investir em animais, instalação, consultoria e mão de obra eficiente.
JH: A fazenda é o principal negócio da família?
BS: Além da fazenda temos também uma loja de defensivos agrícola, de qualquer forma a propriedade desde que bem gerenciada e bem avaliados os custos, pode sim obter uma boa renda.
JH: Quais os critérios utilizados para definir a melhor estrutura?
BS: Conforto e bem-estar dos animais, eficiência e logística dos colaboradores.
JH: Como as outras áreas da fazenda se interligam?
BS: A área da agricultura é muito importante pois fornece o volumoso para alimentação dos animais.
JH: Quais as dicas para investir de forma correta?
BS: É essencial investir em boa genética e conhecer outros projetos.
JH: Mão de obra é um grande desafio?
BS: Para ter uma mão de obra de qualidade é necessário qualificá-la, estabelecer padrão de rotina e também sempre acompanhar o dia a dia. Estar junto é fundamental para o desenvolvimento do trabalho de todos.
JH: Qual o foco da fazenda?
BS: Produção de leite de qualidade e bem-estar animal.
JH: Por que escolheu ser responsável pela área do leite?
BS: Porque pra mim é muito importante e gratificante estar em um projeto como esse. Conseguimos gerar emprego para várias famílias, desempenhamos um papel não só econômico, mas também social e nutricional.
JH: E como mulher…Quais são os desafios?
BS: Na verdade, o desafio maior pra mim é a falta de conhecimento na área por não ter como formação cursos como veterinária, zootecnia ou até mesmo administração. Como engenheira, e como mulher, sempre passamos dificuldades por muitas vezes sermos subestimadas. Mas acredito que com o tempo, e com a crescente participação da mulher nessas áreas que antes não eram tão comuns, esse “obstáculo cultural’’ será superado e as mulheres serão igualmente valorizadas e respeitadas.
JH: O que o produtor deve ficar sempre atento?
BS: É importante ficar atento principalmente aos custos e índices zootécnicos.
JH: Como é o trabalho da Associação Mineira na propriedade?
BS: Realizamos os serviços de Controle Leiteiro Oficial e Registro Genealógico. Assim que montamos a propriedade já resolvemos associar, pois por meio dos trabalhos realizados pelos profissionais da entidade conseguimos ter um controle melhor dos animais.
JH: Como ser uma propriedade modelo?
BS: Investindo em bem-estar animal, sustentabilidade e gestão de pessoas.
JH: Quais ações de sustentabilidade que vocês possuem?
BS: Temos energia fotovoltaica. Além da grande economia e no seu custo benefício produzimos uma energia limpa, pois não gera resíduos poluentes e gases causadores do efeito estufa. A sustentabilidade da produção de energia fotovoltaica fica por conta do seu processo natural de geração, o qual necessita apenas da radiação solar para existir. Fazemos também o aproveitamento de dejetos para diminuição de custo de volumoso.
JH: Qual a sua mensagem para aqueles que pretendem investir no leite?
BS: Para aqueles que pretendem construir um negócio nessa área é fundamental investir em alta genética, na gestão de pessoas e na eficiência em toda sua cadeia produtiva. Um bom consultor também faz toda diferença. Persistir na padronização de processos, e acompanhamento da mão de obra dia após dia. O dono deve estar inteiramente a par do seu negócio e devidamente comprometido a fazer dar certo. Persistência e foco sempre.
JH: Quais as suas próximas conquistas?
BS: Estamos focados em aumentar ainda mais a produtividade e os índices zootécnicos. Sempre com muita qualidade!