SEM PRETENSÃO

No início, o associado Antônio Celso Americano não pretendia trabalhar com leite, mas com o tempo ele foi tomando gosto e agora só pensa em crescimento.

Sem a pretensão de tirar leite, há mais ou menos dez anos, o associado Antônio Celso Americano adquiriu os seus primeiros hectares de terra que já possuía alguma estrutura montada para a produção de leite. De olho nas oportunidades resolveu investir no leite e o rebanho começou a crescer e ele a tomar gosto pelo negócio. A Fazenda Vale do Leite está localizada em Lagoa Formosa – MG e atualmente tem 400 cabeças de gado 100% Holandês e 100% registrados. Além do HPB ele possui também uma admiração especial pelo Holandês Vermelho e Branco. Detentor do afixo Americano, Antônio pretende em breve oferecer sua genética para o Brasil, mas para isso ele concentra seus investimentos e esforços em importantes ações, entre elas a realização em todo o rebanho dos serviços de Controle Leiteiro e Classificação Linear para Tipo prestados pela Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG.

Associado há oito anos, além da produção de leite, Americano trabalha com a produção e comercialização de grãos e investe também em gado de corte. Empresário do agronegócio, ele consegue que todos os seus negócios se comuniquem gerando grandes economias. Vale a pena conhecer suas estratégias e planos para o futuro!

O INÍCIO

No início adquiri a propriedade mas não com a intenção de tirar leite. Porém nela já tinha a estrutura de ordenha e cocheiras montadas, resolvi adquirir algumas vacas para começar o negócio. Com o passar do tempo os animais foram se multiplicando e fui pegando gosto pelo negócio e assim se deu início à minha história na produção de leite.


ESTRUTURA

A área total da fazenda é de 14 hectares sendo destinada 100% para a criação do gado. Hoje a fazenda tem o Compost Barn onde são alojadas as vacas em lactação e o Pré Parto. As recém nascidas são alojadas em um barracão com 48 gaiolas e ficam ali até o desmame por volta de 80 a 90 dias. Os restantes do gado, como vacas secas, novilhas e bezerras desmamadas ficam em piquetes distribuídos na fazenda. Hoje a fazenda tem um total de 400 cabeças, sendo 154 vacas em lactação produzindo 5236 litros assim obtendo uma média de 34 litros/dia sem bst.


JORNAL HOLANDÊS: Você tem outros negócios além do leite?

ANTÔNIO CELSO AMERICANO: Sim, temos outra área de lavoura que é destinada a produção de alimento para as vacas e comercialização de grãos. Também tem uma área para criação de gado de corte.

JH: De alguma forma os seus negócios se interligam? Algum ajuda a viabilizar o outro?

AA: A área de lavoura se interliga com a leiteria, produzindo alimento para os animais e a leiteria fornece esterco para as lavouras e o corte. O esterco e o chorume diminuem custo com adubos nas lavouras e pastagens.

JH: Além do HPB, por que tem investido também no Holandês HVB?

AA: Mais por um gosto pessoal.


 FOCO

Temos um foco muito grande em genética, produção e saúde dos animais.

Genética – Fazemos o uso de todas as tecnologias disponíveis, tais como FIV, TE, inseminação artificial. Multiplicamos na FIV/TE nossos melhores animais do plantel, são 100% feito genoma de todos os animais quando nascem e assim sabemos quais iremos multiplicar.

Produção –  Buscando sempre animais mais produtivos, tendo a visão que quanto mais alta a média/animal em lactação mais viabilidade e diluição dos custos no negócio.

Saúde – Um dos principais pilares, se o animal não estiver sadio para expressar seu potencial todo trabalho feito anteriormente foi perdido.

 JH: Você começou com poucos animais e a cada ano vem ampliando a fazenda. Nesse processo, quais os investimentos essenciais para crescer de forma sustentável?

AA: Investimos em um Compost Barn, bezerreiro e estrutura para armazenamento de silagem. Pensando também na parte ambiental, investimos em um separador de dejetos, que são todos destinados para lavouras e pastagem da área do corte.

JH: Mão de obra é um problema?

AA: Não. Hoje temos uma equipe de funcionários bem qualificados, que são treinados mensalmente para fazer tudo dentro dos conformes. E também é disponibilizado tudo que for necessário para que eles realizem seu trabalho com segurança e qualidade todos os dias.

O gerente da fazenda, Dr. Mateus Soares com o associado Antônio Americano

JH: Com a sua experiência como empresário, quais as melhores formas de enfrentar os desafios do mercado de leite?

AA: Ter visão do futuro, buscar atalhos para minimizar os custos de produção e maximizar a produção vaca/dia, respeitando os limites do animal.

JH: Quando decidiu que era importante se associar na ACGHMG?

AA: O negócio foi crescendo, percebi a necessidade de agregar mais valor aos meus animais, tendo todo rebanho registrado, todas as vacas com Controle Leiteiro e Classificação Linear oficial.

 JH: Quais os serviços que você realiza na Associação Mineira e como eles contribuem para o seu negócio?

AA: Todo o rebanho possui Registro Genealógico e todas as vacas possuem Controle Leiteiro e Classificação Linear para Tipo. Os serviços realizados pela Associação Mineira são importantes pois agregam valor aos animais, além de ser a comprovação do trabalho genético que é feito aqui dentro da propriedade.

JH: Além de investir nos serviços prestados pela Associação Mineira, você também começou a prestigiar os eventos. Por que é importante o criador participar de exposições?

AA: Para mostrar o trabalho que vem sendo feito dentro da propriedade, divulgação do nome da fazenda e também a valorização da raça Holandesa.

JH: Quais são as caraterísticas essenciais para ser um bom produtor de leite?

AA: São tantas características, eu acho que mais bem resume um bom produtor de leite é ser eficiente em todos os setores dentro da fazenda, criação de bezerras, reprodução, sanidade, produção, nutrição, financeiro e gestão de pessoas.

JH: Quais os planos para 2021?

AA: Seguir o foco em genética, produção e saúde, buscando aumentar cada dia mais a eficiência dos animais e consequentemente a produção diária.

JH: E para o futuro?

AA: Ter as 200 vacas em lactação produzindo média acima de 40 litros/vaca/dia. E poder fornecer um pouco da nossa genética para outros criadores no Brasil.