O associado José Araújo com 84 anos é um exemplo para todas as gerações
Agosto é mês de comemorar o Dia dos Pais e aproveitando a data para homenagear todos os pais da raça, vamos abrilhantar os nossos leitores com um exemplo de jovialidade. O JORNAL HOLANDÊS traz a história da Fazenda Conceição – Agropecuária JM, em Campos Gerais – MG, do associado José Marcelo Araújo, que com 84 anos, ele faz questão de acompanhar e decidir tudo que acontece na fazenda. Pai de três filhos, ele fala dos seus ideais, sonhos em ter um rebanho 100% PO e acredita que para aumentar a produtividade é fundamental dedicação, tecnologia e genética. Filiado a Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais há quase 40 anos é um apaixonado pelo gado Holandês. Aproveitem o bate-papo que transcendem gerações!
A família é muito unida e está sempre presente na trajetória do associado José Marcelo Araújo
JORNAL HOLANDÊS: Como começou na raça Holandesa?
JOSÉ MARCELO ARAÚJO: Em 1961 recebi de herança a fazenda Conceição com poucas vacas comuns. Comecei a fazer inseminação artificial e filiei a Associação Mineira há quase 40 anos. Com o passar dos tempos fui melhorando o plantel e hoje 90% do rebanho é PO.
JH: Por que o nome JM Agropecuária?
JA: Constituímos uma firma familiar e o nome JM veio das iniciais do meu nome, José Marcelo.
JH: Há grandes diferenças de quando foi criada para os dias atuais?
JA: A diferença é enorme. Naquela época a média/dia de lactação era de 6 a 8 litros e hoje em torno de 30 litros/dia. E hoje estamos implantando um Composto de Barn para 160 vacas.
JH: Alguns dos seus filhos trabalham na fazenda?
JA: A família é muito unida. Vou todos os dias para a fazenda, acompanho as decisões. Tenho três filhos, a Cristina que é responsável pela parte do gado e o Marcelo pelo café e administrativa. E Carla que não trabalha na fazenda.
JH: Fale um pouco sobre a estrutura da fazenda.
JA: Com clima temperado e com relevo ondulado a fazenda está localizada em Campos Gerais. Além da estrutura do gado Holandês temos também gado Nelore, mas a propriedade é voltada em sua maioria para o plantio de café. Pretendemos expandir o leite e integrar cada vez mais com o café. Temos que ter uma produção inteligente, mesclando tudo para dar certo.
JH: Qual a importância de conquistar prêmios?
JA: Nesses muitos anos de produção, já conquistamos vários prêmios e recebemos muitas homenagens como nos Melhores de Minas e ressalto que todas são sem dúvida um grande incentivo para a fazenda.
JH: A propriedade consegue integrar as várias produções?
JA: Sim, por exemplo, no plantio do café utilizamos o esterco das vacas, e o plantio de milho para a silagem e o grão úmido. Tudo funciona em sintonia. Isso é importante para alcançar bons resultados financeiros.
JH: A fazenda desenvolve alguma ação de sustentabilidade?
JA: A propriedade tem a UTZ que é um dos principais programas de certificação do café no mercado internacional. Ele compreende práticas agrícolas adequadas para a produção de café e para o bem estar dos trabalhadores, incluindo o acesso à saúde e a educação. Ressalta mais a produção responsável do que a agricultura sustentável. A auditoria é realizada anualmente e muito importante para a fazenda, pois abre novos mercados entre outros benefícios.
Estamos tentando empregar também algumas dessas práticas na área do leite. Oferecendo treinamentos, cursos, enfim tudo que é necessário para profissionalizar nossos empregados. O dia a dia do leite é bastante diferente se comparado com a produção do café, mesmo assim estamos sempre tentando humanizar mais o campo, pois isso é fundamental para qualquer área do agronegócio.
JH: Qual é a filosofia da fazenda?
JA: Cada vez mais seguir a modernidade, inclusive com certificações.
JH: O que é essencial para alcançar uma grande produtividade?
JA: Dedicação, tecnologia e genética.
JH: O gado possui algum tratamento diferenciado com relação a alimentação?
JA: Sim, temos uma nutricionista que dá assistência permanente ao gado de leite.
JH: Como os serviços prestados pela Associação Mineira são importantes para a sua fazenda?
JA: Por meio dos serviços prestados pela Associação Mineira podemos monitorar melhor nosso rebanho. Realizamos os serviços de Registro Genealógico, Classificação Linear para Tipo e Controle Leiteiro e com os dados gerados pelos relatórios, vamos conversando com a equipe e conseguimos saber onde devemos investir, o que temos de mudar para alcançar melhores resultados.
JH: E por falar em economia, o que falta para a produção nacional conquistar o mercado exterior?
JA: Melhor interesse governamental.
JH: Como driblar as oscilações do mercado e variações de preços?
JA: Temos sempre que estar atentos adequando às variações dos insumos e também controlando as dietas. Para não perder tanto dinheiro temos que estar atentos e aproveitar as ofertas principalmente nas dietas.
JH: Quais são os planos para o futuro?
JA: Investir mais no Composto de Barn e formar um rebanho 100% PO. Falta pouco para o gado e acredito que no máximo em dois anos vamos conseguir realizar o meu sonho.
José Araújo com sua filha Cristina entusiasmados com o prêmio recebido nos Melhores de Minas realizado em 2018
O QUE DIZ A FILHA CRISTINA ARAÚJO
“O pai vai todos os dias na fazenda, dá as ordens e os pareceres. Ele que está administrando a nova estrutura do Compost Barn e não para um minuto… É alucinado com o leite”
“Um ídolo para nós, sempre pensa adiante, super ativo, empreendedor, está sempre atento as novas tecnologias.
A cabeça é muito melhor que a nossa…Conversa com os filhos como se fosse da nossa idade…Ficamos muito orgulhosos com ele!”
“Pretendemos crescer com o leite”
“O produtor tem duas opções na vida: ou ele para de produzir ou vai em frente…Decidimos crescer, integrando o leite e o café por meio da compostagem”
“Uma produção inteligente tem que mesclar as produções para dar certo”
“Ou investe e faz algo grande ou se ficar pequeno os gastos não compensam. Crescer é fundamental para sobrevivência”
“O lucro do leite é pequeno, mas consegue lucro. Temos que monitorar o tempo inteiro. Ficar atento a ofertas e pesquisar muito”