O correto manejo sanitário garante a redução de perdas e mais qualidade
Não há dúvidas de que o manejo sanitário de bovinos de leite seja de suma importância para a pecuária leiteira. A atividade é rentável e com ótimas oportunidades de retornos, embora não seja uma tarefa fácil, devido à complexidade da atividade. As margens estão mais apertadas e os consumidores cada vez mais exigentes quanto a segurança do produto oferecido. Nesse sentido, é necessária maior eficiência na produção. Tanto para a redução das perdas quanto para garantia da produção de um produto seguro e saudável aos consumidores.
Sendo assim, o correto manejo sanitário é um ponto fundamental para garantir esses dois objetivos. Em propriedades leiteiras ocorrem grandes perdas por erros ou negligências com esses manejos. Dentre as diversas ocorrências em vacas leiteiras, as mais citadas, geralmente são problemas reprodutivos, casco e mastite. Estes são citadas como principais causas de descarte involuntário dentro do sistema de produção.
Importância do manejo nutricional
Da mesma forma que garantir um correto manejo nutricional e conforto para os animais influenciam positivamente em todas essas características. Um correto manejo sanitário também poderá atuar na prevenção de todas essas. Não é preciso nenhuma mudança complexa ou drástica na propriedade, apenas ter foco em premissas básicas. Pense bem!
Lactação
Para que a vaca inicie uma lactação é necessária uma gestação seguida de parto. Além disso, também é importante ressaltar que o momento de maior eficiência de uma vaca leiteira para produzir leite é no início da lactação. Logo a única forma de fazer com que a vaca permaneça mais tempo nesse período durante toda a sua vida produtiva é reduzindo o intervalo entre seus partos. Situações como repetição de cio, abortos ou absorção embrionária causam atrasos reprodutivos. E, muitas vezes estão relacionadas a doenças como Brucelose, Leptospirose, IBR, BVD e outras. Portanto, a implementação de um calendário sanitário, identificação dos animais doentes e adoção de medidas corretas para cada caso são atitudes essenciais a fim de garantir máxima eficiência reprodutiva e econômica para o sistema.
Manejo sanitário de bovinos de leite
Outro ponto de gargalo dentro de rebanhos leiteiros são as grandes perdas em consequência a lesões podais. O conhecimento dos fatores de risco é fundamental para dar os próximos passos a fim de atuar em relação a eles e reduzir as perdas. Os custos estão relacionados a menor produção de leite, tratamento dos animais, maior incidência de outras doenças como mastite, abortos, descarte de animais e na maioria das vezes é um somatório de todos estes. Enquanto essa for a realidade, dificilmente, o objetivo será alcançado. Mais uma vez, medidas simples, porém essenciais podem mudar essa realidade. Boa ambiência, casqueamento preventivo, correta utilização do pedilúvio de acordo com as características das lesões presentes em cada propriedade, identificação dos animais com claudicação e a correta atuação e tratamento para cada um.
Impactos econômicos da mastite
Por fim, mas não de menor importância, outra fonte de redução na lucratividade do sistema leiteiro é a mastite. “A mastite continua sendo a doença com maior impacto econômicosobre a bovinocultura leiteira e gera perdas em todas as etapas da cadeia produtiva. ” Afirmações como essas são extremamente comuns em fazendas leiteiras. Os custos associados à mastite podem ser divididos em: redução na produção de leite, uso de medicamentos para tratamento da doença, leite descartado, serviços veterinários, trabalho extra, redução da qualidade do leite e descarte prematuro da vaca.
Ao avaliar cada item citado acima sem dúvidas, a forma mais eficiente de atuação em todos estes, é através da prevenção de um novo caso. Certamente, é um grande desafio, não há dúvidas quanto a isso. Entretanto, como todo grande desafio, precisa-se de boas estratégias e execuções desses planejamentos para conseguir melhores resultados e até mesmo excelência no alcance das metas.
Principais fatores de risco
Dentre os principais fatores de risco estão: o primeiro mês de lactação, alta contagem de células somáticas, estação chuvosa e histórico de casos de mastite clínica. Portanto, é necessário o conhecimento desses fatores para implementação de um programa de controle eficiente.
É preciso parar de negligenciar o básico, fazer o simples bem feito, produzir com responsabilidade e assim desfrutar dos benefícios proporcionados pela pecuária leiteira. Com foco no manejo sanitário de bovinos de leite e na saúde do rebanho e certamente as vacas retribuíram com mais leite, consequentemente maior eficiência do sistema e maior lucratividade.
Em nenhuma das três abordagens foram citados manejos complexos ou que exigem grandes investimentos, mas todos são essenciais para o sucesso da atividade. Por que não realizar? Não há nenhuma justificativa para não fazer.
Fonte: Rehagro