“GEOGRAFIA DO LEITE NO PAÍS”

Os mineiros comprovam que estão ampliando suas produções e a raça Holandesa é predominante 

O Levantamento TOP 100 entra na sua 19ª edição e traz informações pertinentes a evolução do mercado com informações para conhecer melhor o comportamento dos produtores de leite no Brasil.

Vários criadores mineiros filiados a Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG participaram da pesquisa e o destaque ficou para Sekita Agronegócios que ocupou o 4º lugar com produção total de 63.064,08 litros/dia e os associados mineiros comprovaram que estão focados no crescimento do negócio, com aumento em suas produções.

A raça Holandesa permanece como a mais utilizada entre os Top 100, presente em 72 fazendas. A raça Girolando vem em seguida, em 19, e 9 produtores utilizam mais de uma raça.

O sudeste se mantém como a região com maior volume produzido, tendo também o maior incremento na produção diária média, aumentando 12,4% em relação ao ano anterior e Minas Gerais permanece como o estado com o maior número de propriedades no levantamento, com 43 propriedades. Em segundo lugar aparece o Paraná, com 19 fazendas. Na sequência, São Paulo com 9 fazendas, seguido de Goiás, também com 9 (1 a menos que no último levantamento) e o Rio Grande do Sul, com 7. No Nordeste, 7 fazendas estão presentes, sendo representado pelo Ceará e Bahia e, neste ano, com a contribuição inédita de uma fazenda em Alagoas.

A Produção dos Top 100 no ano de 2019 alcançou média diária de 20.796 litros. Em comparação com 2001, o valor é 217,8% maior, enquanto o crescimento da produção formal no mesmo período foi de 89,0%.

45% dos produtores consideraram a rentabilidade da atividade leiteira em 2019 melhor se comparada a outros anos (em 2018 foram 39%).

43 produtores do Top 100 pretendem expandir a produção nos próximos 3 anos em até 20%, 37 de 20 a 50%, 8 em até 50% e apenas 12 disseram que não pretende ampliar a produção.

É importante ressaltar que as propriedades participantes Top 100 2020 representam 3,03% da captação total de leite de 2019.

O levantamento Top 100 é uma iniciativa do MilkPoint, realizada pela primeira vez em 2001. O objetivo é conhecer quais são e onde se localizam os maiores produtores de leite do Brasil, suprindo uma lacuna de informação existente no setor e permitindo que se acompanhe, no âmbito dos grandes produtores, as alterações na chamada “geografia do leite no país”.


MINEIROS NO RANKING

No Top 100 2020, mais uma vez, a Fazenda Colorado, localizada em Araras-SP, ganhou o título da maior produtora de leite do Brasil. No último ano, a propriedade teve um aumento de 1,79% no volume produzido diariamente, totalizando 75.052 litros/dia.

Os mineiros também podem comemorar, Sekita Agronegócios, localizado em São Gotardo permaneceu em 4º lugar com produção total de 63.064,08 litros/dia.

Sekita Agronegócios permanece em 4º lugar com produção total de 63.064,08 litros/dia

Em 9º lugar apareceu Huguette Emilien-ne Françoisé, em Inhaúma, com 40.086,98 litros/dia. O associado José Henrique Pereira, de Três Corações ocupava em 2018 a 15ª posição, já em 2019 passou para o 12ª lugar com 33.780,00 litro/dia. O associado Amauri Pinto Costa, de Pouso Alto comprova que está aumentando a produção, pois em 2018, ele ocupava o 45º lugar, já em 2019 pulou para o 26º lugar com 22.894,84 litros/dia. Quem também está investindo e mudou de posição foi o associado Osanan Pereira Caixeta, de 60º para 49º com produção 16.513,59 litro/dia. Os associados Augusto de Araújo Campos Neto, Caroline Seibt e Outros, Elísio Alves Cardoso, Erasmo Carlos Rabelo, Geraldo Fernandes de Santana, Mauro Antônio Costa de Araújo, Luiz Alexandre de Avelar, Odair Antônio Cenci, também participaram e ficaram entre os 100 melhores. O associado Antônio de Pádua Martins, de São João Batista do Glória também teve crescimento em sua produção, em 2018 estava em 121º lugar, já em 2019 passou para 112º lugar com produção diária de 8.000,00 litros.


PRODUÇÃO EM CRESCIMENTO

A produção dos Top 100 em 2019 alcançou média diária de 20.796 litros, crescimento de 8,10% em relação à média do último levantamento, conforme o gráfico abaixo. Esta média é 217,8% maior do que a média geral do primeiro levantamento, em 2001.

Realizamos uma análise comparando o crescimento da produção média diária dos Top 100, a produção total do Brasil e a produção inspecionada. Como resultado, percebe-se um aumento de 217,8% na média dos Top 100 em relação a 2001, enquanto o crescimento da produção formal no mesmo período foi de 89,0% e o da produção total de apenas 65,87%. Isto mostra que os Top 100, em mais um ano consecutivo, cresceram mais que o restante do país.

ÍNDICE DE CRESCIMENTO DO VOLUME DE LEITE DESDE 2001


FORMAS DE CRIAÇÃO

Podemos observar que em 68% das fazendas o confinamento total é aplicado, ao passo que apenas 11% possuem sistemas totalmente baseados em pastagens, 1% a mais que no ano de 2018.

Vale destacar que na pesquisa passada a porcentagem de fazendas que estavam trabalhando com o confinamento total é a mesma que a de 2019. Apenas 7% utilizam o pasto em cerca da metade do ano e 14% das fazendas participantes acessam a pastagem eventualmente, durante bem menos da metade do ano.

Alojamento: free stall se mantém como o mais utilizado entre os grandes produtores

O sistema compost barn (26 fazendas) apresenta novamente um leve crescimento, mas o free stall ainda aparece com maior frequência, presente em 45 fazendas. Já com menos expressão aparecem os sistemas de piquetes em pastagem rotacionada e piquetes para descanso.  Há também 18 fazendas que apresentam mais de um tipo de alojamento.

O sistema compost barn apareceu significativamente no levantamento Top 100 a partir de 2017. Em cima disso, fizemos uma análise para determinar o crescimento desse sistema entre os 100 maiores produtores do Brasil deste 2016.

Entre 2015 e 2019, o crescimento do sistema compost barn foi de 100%, totalizando em 26 fazendas no Top 100 2020. Em 2018, tivemos um aumento representando um crescimento de 13,04%. Porém a maior taxa de crescimento desse sistema ocorreu entre 2017 e 2018 com aumento de 69,23%.

SISTEMAS DE PRODUÇÃO