Pesquisa com o guandu revela que ele serve de alimento, principalmente na estação seca
Foto Jacqueline Shibata
O guandu BRS Mandarim é uma tecnologia de baixo custo de implantação, fácil manejo e apresenta alto potencial para adubação verde, melhorando a fertilidade do solo. Além disso, serve de alimento para os animais, principalmente na estação seca. Os animais consomem o guandu quando aparecem as primeiras flores e vagens. O gado não costuma alimentar-se da leguminosa verde na pastagem. No entanto, picada e colocada no cocho, é consumida normalmente.
Pesquisas com a forrageira Guandu BRS Mandarim têm apresentado bons resultados para recuperação de pastagens degradadas em sistemas de integração com braquiária. Além disso, o consórcio tem contribuído para restabelecer a fertilidade do solo e melhorar o desempenho animal.
Um dos pontos mais importantes da integração do BRS Mandarim com o pasto é, segundo o pesquisador Rodolfo Godoy, o alto potencial para adubação verde, pela adição de Nitrogênio. “Por ser uma leguminosa, o guandu fixa Nitrogênio nas raízes. Assim, o produtor recupera o pasto sem a necessidade de usar adubação nitrogenada. É uma maneira eficiente e prática de recuperar uma pastagem, gastando menos”, ressalta Godoy.
O pesquisador ainda destaca que o guandu auxilia na recuperação das propriedades físicas do solo, em sua descompactação. Dessa forma, permite que o sistema radicular da gramínea consorciada atinja profundidade maior e seja mais resistente à seca.
A linhagem BRS Mandarim pode ser plantada em qualquer tipo de solo, por ser resistente a baixa fertilidade. Mas não tolera solos encharcados.
Plantio
A implantação do guandu BRS Mandarim na pastagem deve ser realizada na época das chuvas.
É importante que o produtor faça a análise de solo para verificar a necessidade de correção. Deve-se fazer plantio direto, com a pastagem rebaixada.
A profundidade indicada é entre dois e cinco centímetros, com espaçamento entrelinhas de 40 centímetros a 1 metro e 20 centímetros, sendo mais recomendado 80 centímetros, com aproximadamente 10 plantas por metro linear e taxa de semeadura de 30 Kg/ha.
Recomenda-se que os animais sejam levados para a área um pouco antes da florada do guandu.
Um ano depois do plantio, no início da estação das águas, a leguminosa deve ser roçada e o material remanescente ficar sobre a superfície da pastagem, funcionando como adubação verde. As plantas roçadas rebrotam e inicia-se outro ciclo.
Conforme a pesquisadora Patrícia Anchão, esse material remanescente equivale a cerca de 450 quilos de ureia por hectare ao ano.
A persistência do guandu na área é por volta de três anos, sendo necessário novo plantio. Pode ser plantada em qualquer tipo de solo, por ser resistente a baixa fertilidade. Mas não tolera solos encharcados.
As sementes dessa leguminosa são multiplicadas e vendidas pela Unipasto.
Melhoramento
A Embrapa Pecuária Sudeste avalia e seleciona germoplasma de guandu desde 1988. Esse processo resultou na seleção de 40 linhagens puras. O guandu BRS Mandarim, nome comercial, é resultado desse processo de avaliação e seleção.
O pesquisador Godoy destaca que as linhagens continuam sendo avaliadas e várias têm apresentado características favoráveis, com potencial para serem lançadas como novas cultivares comerciais.
Mais informações: unipasto@unipasto.com.br.