O Levantamento TOP 100 comprova que o estado continua no destaque nacional
O estado de Minas Gerais continua sendo um grande produtor de leite, mas outras unidades da união estão apostando no incremento de sua produção. O que constatamos com os números do levantamento é o aumento do número de grandes produtores no estado que coloca no dentro dos 100 melhores, 43 propriedades e quando contabilizamos os dados pulicados em sua totalidade chegamos ao total de 56 propriedades.
Entre os 10 produtores com maiores aumentos na produção diária, 4 são de Minas Gerais, 3 são de São Paulo e 3 do Paraná.
O esperado levantamento Top 100 da Milkpoint 2019 foi publicado e os criadores de Minas Gerais demonstraram mais uma vez a tremenda força leiteira do Estado e com isso a necessidade de representatividade expressiva nessa área econômica.
Por mais um ano, foi a Fazenda Colorado, localizada em Araras-SP, que ganhou o título da maior produtora de leite do Brasil. No último ano, a propriedade teve um aumento de 9% no volume produzido diariamente, totalizando 73.730 litros/dia.
Com a divulgação dos resultados é importante falar sobre algumas analises, em uma visão geral, que também foram publicados. Começamos pelo aumento do volume total produzido em relação ao ano de 2017, cerca de 7,3% superior, o que influencia na média geral dos Tops 100. Segundo o mesmo, a produção dos Tops 100 no ano de 2018 alcançou média diária de 19.238 litros. Essa média é 194% maior do que a média geral do primeiro levantamento, em 2001. Já o crescimento da produção formal no mesmo período foi de 85,2% e da produção total do país apenas 63,3%, mostrando que dos Tops 100 cresceram expressivamente mais que o leite brasileiro. Quando fazemos uma leitura mais aberta sobre esses dados podemos identificar aqui o crescimento da profissionalização da atividade e necessidade de um olhar mais detalhado, pelo menos, das pesquisas oficiais que servem para nortear o planejamento e as ações do setor público para com o mercado leiteiro.
Essas informações junto com o dado de que a raça Holandesa continua sendo a mais utilizada entre os 100 maiores estando presente em 75 fazendas sacramentam que a força do gado Holandês está principalmente na sua eficiência para produção e que o investimento nesses animais vai além de exclusivamente produção. Estamos falando aqui de genética específica para altas produções. Dentre os 100 maiores produtores de leite, 6 utilizam mais de uma raça na sua fazenda e a segunda raça mais utilizada, a Girolando, possui pelo menos 50% de genética da Holandesa em sua formação.
Entre o Compost Barn, 23 fazendas, e o Freestall o segundo ainda aparece com maior frequência, presente em 47 fazendas. Já com menos expressão aparecem os sistemas de piquetes em pastagem rotacionada, com 11 respostas, e piquetes para descanso, que caracterizam 5 fazendas. Há também 14 fazendas que apresentam mais de um tipo de alojamento. Mais uma vez os sistemas de confinamento que visam alta produtividade se destacam no levantamento e coincidentemente são os mais utilizados pelos criadores de gado Holandês demonstrando a necessidade de eficiência em produção.
Um dos aspectos abordado pelo levantamento foi que bem acima da pesquisa anterior, 39% dos produtores consideraram a rentabilidade da atividade leiteira em 2018 melhor do que a média se comparada a outros anos (ante 7% em 2017) e 90% dos produtores do Top 100 pretendem expandir a produção nos próximos 3 anos. Isso aponta para uma aposta no futuro econômico do país. É preciso lembrar que em 2018 sofremos pesadas perdas com a greve dos caminhoneiros que nos propiciou imagens aterradoras de leite derramado e serviu também para alertar a população sobre a importância da pecuária leiteira para suas vidas.
Qualidade do Leite
Em 2018, a média de Contagem de Células Somáticas (CCS) dos Top 100 foi de 284.633 células/ml e a Contagem Bacteriana Total (CBT) de 17.548 UFC/ml. Finalmente, as duas últimas questões retrataram a taxa de prenhes média e a mortalidade média de bezerras até 12 meses. Respectivamente, as médias obtidas foram de 26% e 6,6%.
Os números e Minas
Em cima do esperado Levantamento Top 100 fizemos um recorte da situação de Minas Gerais dentro dos números publicados.
O Estado, que historicamente é a maior bacia leiteira do Brasil e em nossa análise conseguimos apontar dados que comprovam como os criadores mineiros estão atentos ao cenário que se apresenta e principalmente na necessidade de melhoria. Minas Gerais é responsável por 37,43% da produção total dos 100 melhores resultados publicado. Número que impõem respeito e precisa ser propagado.
Minas Gerais pelas suas caraterísticas econômicas e geográficas e seu volume de produtores vem se confirmando como um retrato da produção leiteira no Brasil.
Evolução dos TOP 10 dentro dos TOP 100 nos últimos 3 anos
O TOP 100 2019 aponta para um crescimento na produção total dos 10 melhores classificados da ordem de 26.756.793 litros nos últimos 3 anos produção diária média que atingiu o patamar de 50.220 litros/dia.
Com um crescimento anual médio de 13,3 milhões em 2018 percentualmente o crescimento desse grupo foi 7,84% acima dos 7,09% do restante da amostra diferente de 2017 quando esse grupo apresentava um crescimento de 10,66% contra 8,57% demonstrando uma aproximação dos índices que pode ser um reflexo da observação dos demais sobre as técnicas desse grupo ou seja a assimilação de novas e melhores técnicas de produção.
Coincidentemente este ano os 10 melhores produtores são o que chamamos de outliers, ou seja, fora de série, quando analisamos estaticamente, pois para quem conhece o meio sabe o quão formidável é a sua produção e igualmente seu empenho, investimento e gestão para atingir esses níveis.
OUTLIERS
Os “fora de série” ou “fora da curava”, como queiram chamar, no levantamento Top100 2019 ocupam também as 10 melhores posições. Com produções superiores 12,1 milhões de litros esses produtores veem puxando a régua todos os anos. Os maiores produtores de Minas veem se consolidando nesse status e de forma consistente como demonstrados pelo grupo Sekita, Truetype e Antônio Carlos Pereira e Filhos, que nessa ordem são destaques nacionais em qualquer levantamento que for feito. A discrepância fica com o estado de São Paulo que apesar de ocupar as primeiras posições não possui tantas propriedades no levantamento total.
O QUE DEVEMOS FAZER COM OS OUTLIERS?
Se apenas fossem um dado numérico poderiam até mesmo ser descartado ou mesmo ignorado, mas como são fruto de um trabalho virtuoso é preciso que os demais os tomem como fonte de estudos, de exemplo e principalmente de certeza de que há espaço para crescimento.
Não é somente o número de animais que possuem que conta nesse caso. É preciso avaliar a produtividade desses animais e seu manejo. São modelos de negócios que provavelmente estão à frente do nosso tempo.
Mas no caso de uma avaliação de média de produção para nos posicionarmos no mercado é preciso descartar esses números e assim conseguirmos um valor mais próximo do real. Para se ter uma ideia do que estamos falando, quando retiramos os dados do outliers no levantamento 2019 a média que é de 7.020.931 litros passa para 5.764.338 litros. Isso não significa uma queda e sim um valor mais próximo do real.
Na próxima edição vamos trazer mais análises do TOP 100 2019.