“Aqui estou, como sobrevivente de uma longa batalha, porém muito mais forte, com coragem para mudar”
Foto Wagner Correa
A sua história no Holandês de Minas começou em 1986, são 30 anos de dedicação, 30 anos de muito trabalho na Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG. Você já imagina quem é o entrevistado desta edição? É isso mesmo, Márcia Loures do Nascimento, um nome conhecido entre todos da raça, uma mulher de coragem, um bom exemplo para homenagear no mês das mulheres. Atualmente ela ocupa o cargo de Gerente de Cobranças na Associação Mineira.
Sua trajetória começou no setor de triagem, ela era responsável pela conferência de todo serviço que chegava do campo, com isso logo foi promovida a coordenadora do Serviço de Registro Genealógico – S.R.G..
Após anos e anos de trabalho, chegou a hora de descansar, ou melhor, de se aposentar. Mas ela decidiu começar uma nova etapa, um novo desafio e se candidatou a uma vaga no setor de Cobranças da Associação. E entre as funções que desenvolve atualmente está a cobrança dos inadimplentes e também o controle de manutenção e emissão das cartas de roteiro. “O Roteiro Programado é dividido em oito regiões do estado de Minas Gerais e Rio de Janeiro, os técnicos atendem uma determinada região por mês então emito as cartas informando a data destes roteiros e faço um controle dos criadores que querem visita, facilitando a programação dos técnicos.Começo o meu dia lendo e respondendo todos os e-mails (que são muitos), depois vou para a parte da cobrança que sigo rigorosamente os critérios determinados pela diretoria: e-mail de cobrança, ligação, cartas e até protesto de títulos quando necessário”, comenta Márcia.
“Pela experiência que tenho há tantos anos no setor de Registro e por conhecer as necessidades de cada associado, consigo negociar melhor as dívidas para que ele não deixe de realizar os serviços com a Associação, como por exemplo do Controle Leiteiro Oficial que agrega valor ao seu rebanho”, declara Márcia. Conheça um pouco mais dos 30 anos de história na raça.
JORNAL HOLANDÊS: O que significa trabalhar há tantos anos na Associação?
MÁRCIA LOURES DO NASCIMENTO: Significa para mim total dedicação e amor ao que faço, não tem outra explicação. Tenho a Associação como minha segunda casa, meu lar e procuro sempre fazer do meu local de trabalho um local agradável e divertido.
JH: Quais são os maiores desafios enfrentados no seu dia a dia?
MN: Meu maior desafio é fazer a cobrança por telefone, esta tarefa não é nada agradável, sinto que as pessoas me veem como chata, insistente, etc. Mas esse é o meu trabalho! Preciso muito da ajuda de todos os colaboradores. Tenho que estar muito bem sintonizada com eles. Apoio e compreensão são fundamentais.
JH: Relate alguns fatos curiosos ou engraçados.
MN: Com tantos anos de Associação tenho muitos fatos curiosos e engraçados que acontecem no dia a dia, mas me lembro de dois casos em especial. O primeiro foi quando um criador trouxe a orelha de uma vaca para provar que a mesma tinha morrido. E o outro caso foi quando solicitado a tipagem sanguínea de um animal, o proprietário coletou o sangue e mandou fazer o hemograma completo em um laboratório para humanos.
JH: Aproveite para deixar um recado aos associados.
MN: Associados, ainda estou aqui, fazendo um trabalho que para alguns não é nada agradável, mas que continuo a mesma de sempre. Peço desculpas se de alguma maneira magoei alguém, mas saibam que não foi proposital, estou aqui tentando realizar da melhor forma possível o novo desafio que a vida me proporcionou.
RECOMEÇAR
“Agora, ao olhar para trás, a sensação de dever cumprido se faz presente e posso constatar que o cansaço, os longos tempos de trabalho, a ansiedade em querer fazer e a angústia de muitas vezes não o conseguir, por problemas estruturais; não foram em vão. Aqui estou, como sobrevivente de uma longa batalha, porém muito mais forte, com coragem para mudar a minha postura, apesar de todas as dificuldades”, comenta emocionada.