Associados de Minas Gerais mostram que investem cada vez mais em qualidade e produtividade
O Levantamento TOP 100 é uma pesquisa que traz importantes informações para o agronegócio do leite e reúne os 100 maiores produtores do Brasil, tendo como base as maiores fazendas leiteiras do ano de 2016.
A raça Holandesa permanece sendo a mais utilizada nas propriedades, estando presente em 76 fazendas do Top 100. E os associados da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais – ACGHMG comprovam que estão investindo em qualidade e produtividade.
Entre as dez maiores produtoras de leite, houve mudanças no ranking em relação ao levantamento anterior. O destaque de crescimento entre os dez maiores ficou para a Sekita Agronegócios, de Rio Paranaíba – MG, que ampliou sua produção diária em 32% em relação a 2015 e manteve o quarto posto no ranking. A Sekita Agronegócios, também teve forte incremento no acumulado na produção de leite nos últimos quatro anos (2012 a 2016), obtendo incremento de 37.563 litros/dia na sua produção de leite.
Após um cenário adverso em 2015, as 100 maiores fazendas de leite do Brasil voltaram a acelerar o ritmo de crescimento da produção no ano passado. A produção média do grupo ficou em 16.179 litros por dia em 2016, aumento de 4,5% em relação à média das 100 maiores de 2015 (15.486 litros), conforme o Levantamento Top 100 2017.
Mais uma vez, a maior propriedade produtora de leite do Brasil em 2016 entre a 100 maiores foi a Fazenda Colorado, dona da marca de leite Xandô. A fazenda, que no ano anterior tinha reduzido em 3,4% sua produção diária, elevou o volume em 4,2% em 2016, para 63.133 litros por dia.
Segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Pereira de Carvalho, nesta edição, o crescimento dos Top 100 mostra que no âmbito dos grandes produtores de leite, está ocorrendo um processo de tecnificação, aumento de escala e profissionalismo. De acordo com ele, esse movimento se intensificará nos próximos anos, mesmo que os 100 maiores hoje representem uma pequena parcela do total do leite brasileiro.
“Além dos 100 maiores – que são a ponta do iceberg – é notável um processo de profissionalização no setor leiteiro como um todo, em que produtores familiares estão se modernizando e aumentando a eficiência. Produtores de todos os portes vêm buscando aumento de escala, o que nos faz concluir que os Top 100 representam de alguma forma o que está acontecendo no Brasil”.
Os preços mais favoráveis que os recebidos por outros produtores de leite de menor porte no país explicam, em parte, o incremento dos volumes dos 100 maiores, de acordo com Carvalho. Esse é um cenário que estimula o investimento em tecnologia, o que resulta em maior produção. “O mercado precisa de volumes e quem tem escala obtém preços mais altos”, explica. E no ano passado, quando houve queda na oferta de leite como um todo no país, as grandes fazendas de leite foram beneficiadas. “Na falta de leite, quem tem volume passa a valer mais no mercado”, acrescenta o analista.
O maior valor recebido por litro de leite permite a esses grandes produtores margens maiores comparativamente, embora também tenham sido afetados pela elevação dos custos de produção no ano passado, em decorrência da alta dos grãos. “A margem boa é um estímulo para o aumento da produção”, diz. O levantamento mostrou que o custo operacional médio entre os 100 maiores do país cresceu no último ano, para R$ 1,06 por litro, acima dos R$ 1,01 de 2015 (dados já deflacionados pelo IPCA). Segundo o estudo, o valor é o maior dos últimos oito anos.
Apesar dos custos maiores, a pesquisa mostrou produtores mais satisfeitos com a rentabilidade no negócio em 2016. Entre os 100 maiores, 54% consideraram a rentabilidade da atividade melhor em 2016 do que a média de outros anos; 36% disseram que ficou na média e só 10% a consideraram pior que a média.
Marcelo destaca que uma característica dos maiores é o foco na continuidade do crescimento. Essa tendência ganha força diante do fato de que esses produtores obtêm preços mais atrativos do que a média do mercado. Assim, quando questionados se pretendem ampliar a produção nos próximos três anos, só uma fatia de 10% dos 100 maiores diz que não têm a intenção de fazê-lo. Outros 38% pretendem ampliar em até 20% a produção; 35% de 20% a 50% e 17% afirmam ter a intenção de elevar em mais de 50%.
Entre os maiores desafios da atividade apontados pelo levantamento custo de produção é o item mais citado pelos pecuaristas (24,8%). Em segundo lugar, 17,4% dos produtores apontam como desafio a mão de obra, e em terceiro, o preço do leite, que recebeu 10,1% das citações.
Conforme o levantamento, a produção média de leite por vaca em lactação no ano passado nas 100 maiores subiu para 24,9 litros por dia (considerando uma média nacional). No ano anterior havia sido de 22, 9 litros. Para se ter uma ideia, a produção média estimada pelo MilkPoint para o Brasil como um todo, levando em conta dado de 2015 do IBGE, é de cerca de 7,6 litros por vaca por dia.
Em 76 das 100 maiores fazendas, a raça Holandesa é a mais utilizada em 2016. A raça Girolando está em 29 propriedades e 26 fazendas utilizam mais de uma raça, segundo o levantamento. Além disso, 53% das propriedades trabalhavam com confinamento total, enquanto 15% têm sistemas baseados em pastagens e cerca de 33%, sistemas mistos.
O Levantamento Top 100 é uma iniciativa do site MilkPoint, realizado pela primeira vez em 2001, visando conhecer quais eram e aonde se localizavam os maiores produtores de leite do Brasil, suprindo uma lacuna de informação existente no setor e permitindo que se acompanhasse, no âmbito dos grandes produtores, as alterações da chamada “geografia do leite no país”.
A ACGHMG parabeniza a todos que participaram da pesquisa, contribuindo com importantes informações que auxiliam o mercado do leite.
Avaliação da rentabilidade da atividade leiteira
Maiores incrementos absolutos (litros/dia)
Pretensão de aumento da produção nos próximos 3 anos
Desafios para a atividade leiteira
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