Sekita Agronegócios permanece entre os primeiros, a Fazenda Cobiça teve o maior crescimento percentual
O JORNAL HOLANDÊS desse mês traz diferentes abordagens sobre o tema sustentabilidade e mostra que independente do tamanho das ações elas podem fazer a diferença. Uma das novidades no Levantamento TOP 100 é a inclusão desse tema e criadores comprovam que estão investindo muito em sustentabilidade, além da preocupação com o meio ambiente mostram que estão atentos as tendências de mercado, que cada vez mais se mostra a sustentabilidade como diferencial.
O Levantamento Top 100 é realizado desde 2001 e traz as tendências e movimentos do mercado do leite.
Vários associados da Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais contribuíram com o levantamento e mostram que estão investindo cada vez mais nas suas fazendas.
Destaque para os associados mineiros Sekita Agronegócios e José Henrique Pereira que permanecem entre os TOP 10.
O associado Sekita Agronegócios teve um crescimento de 3,80% se comparado ao ano anterior. E a Fazenda Cobiça que entrou para o Top 10 no ano anterior e este ano teve o maior crescimento percentual entre os Top 10, 14,14% (5.718 litros/dia), passando a ocupar a 9ª colocação no Levantamento. Vale ressaltar que esses rebanhos são 100% formados pela raça Holandesa e todos os animais registrados, além de realizarem muitos outros serviços com a entidade sempre em busca de produção, qualidade e bem estar para os animais.
DESTAQUES DO TOP 100
Em 2021, a produção total dos Top 100 alcançou 931.049.998 litros de leite, com média de 25.508 litros por propriedade, um crescimento de 10,63% em relação a 2020. Observar este crescimento contínuo é ainda mais interessante no ano de 2021, em que o setor lácteo como um todo foi bastante afetado e trabalhou com margens muito estreitas ou até negativas. Nesse contexto, enquanto a captação formal recuou 2,4%, os Top 100 sustentaram um grande crescimento do negócio (10,63% em média), evidenciando a maior profissionalização deste grupo seleto (e um melhor posicionamento no mercado).
Observe no gráfico a seguir (Figura 1) a evolução da média dos Top 100 e sua variação ao longo dos anos.
Figura 1. Produção de leite média por propriedade Top 100, 2001 a 2021, Brasil.
Em 2021, a produção total dos Top 100 alcançou 931.049.998 litros de leite, com média de 25.508 litros por propriedade, um crescimento de 10,63% em relação a 2020. Observar este crescimento contínuo é ainda mais interessante no ano de 2021, em que o setor lácteo como um todo foi bastante afetado e trabalhou com margens muito estreitas ou até negativas. Nesse contexto, enquanto a captação formal recuou 2,4%, os Top 100 sustentaram um grande crescimento do negócio (10,63% em média), evidenciando a maior profissionalização deste grupo seleto (e um melhor posicionamento no mercado).
Observe no gráfico a seguir (Figura 1) a evolução da média dos Top 100 e sua variação ao longo dos anos.
A Fazenda Colorado continua no topo e segue como maior produtora de leite (85 mil litros/dia) no Brasil pelo 9º ano consecutivo.
Os Top 10 tiveram média de produção de 62.350 litros/dia, 8,52% superior ao ano anterior.
77% das propriedades mantêm seus animais confinados, com quase nenhum acesso a pastagens, número que aumentou em 10% em relação ao ano anterior.
A região Sudeste se mantém como a região com maior volume produzido (488 milhões de litros) e o Sul foi a que teve maior incremento em relação a 2020: 13,74% (34,5 milhões de litros considerando os Top 100).
Todas as fazendas do Top 100 adotam pelo menos uma medida sustentável, sendo a mais frequente o armazenamento de dejetos em esterqueiras e uso dos resíduos para adubação de pastagens e lavouras. A principal motivação para a adoção de medidas sustentáveis é a preocupação ambiental e com a manutenção de recursos.
Os animais das fazendas Top 100 seguem na maior parte confinados, com nenhum ou praticamente nenhum acesso a pastagem (77%), valor que aumentou 10% em relação ao ano passado. Apenas 14% das propriedades atuam em sistema principalmente baseado em pastagem.
Quanto ao tipo de alojamento, as propriedades optam principalmente pelo free stall (48%), seguido do compost barn (29%). Com menor expressão, aparecem as propriedades que possuem mais de um tipo de alojamento (13%), os piquetes em pastagem rotacionada (17%) e os piquetes para descanso (3%). Em relação ao Compost Barn, em 29 propriedades neste ano (2 a mais que no ano passado), observa-se que após o boom de adoção entre 2016 e 2017, os números tenderam a se estabilizar nos últimos anos.
Com relação às raças utilizadas para a produção de leite, a raça Holandesa é predominante, presente em 76% das propriedades, seguida pela Girolando, em 20%.
Mesmo com dificuldades em 2021, os produtores pretendem aumentar produção. Mesmo com os percalços trazidos pelo aumento de custos, os produtores Top 100 pretendem continuar crescendo e apenas 13 propriedades responderam que não tinham a intenção de expandir a produção – o mesmo número que no ano anterior. A maioria dos produtores pretende aumentar a produção em 20% nos próximos 3 anos (44%), 32% pretendem expandir de 20 a 50% e uma porcentagem mais tímida, 11%, quer crescer mais de 50%.
A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO TOP 100
Neste ano, procuramos entender um pouco mais sobre como os maiores produtores do Brasil estão se comportando com relação à sustentabilidade ambiental. Para isso, acrescentamos duas perguntas ao questionário sobre o assunto.
Primeiramente foi perguntado quais práticas de sustentabilidade eles aplicavam em suas propriedades e foi observado que todas as fazendas que compõe o Top 100 aplicam pelo menos uma prática sustentável.
A ação mais comum é o armazenamento de dejetos em esterqueiras e posterior utilização para adubação de pastagens e lavouras, presente em 87% das propriedades. Os Top 100 também relataram, principalmente, a utilização de fontes de energia alternativa (52), controle do consumo de água (50) e armazenamento de água da chuva (40). Veja no gráfico (Figura 2) a seguir todas as ações e o número de propriedades que adota cada uma delas.
Figura 2. Adoção de medidas de sustentabilidade ambiental nas 100 maiores fazendas leiteiras do Brasil, de acordo com o Levantamento Top 100 2022.
Além da adoção das medidas, também foi questionado os Top 100 a respeito da motivação por trás da adoção das mesmas, pedindo que classificassem de 0 a 5 o quanto o fator era determinante para a adoção (sendo “5” muito importante e “0” nada importante).
O fator mais relevante para os Top 100 para a adoção de medidas sustentáveis foi a “preocupação ambiental e com a manutenção de recursos naturais”, com média de 4,68, enquanto o menos relevante foi “atender às demandas de financiadores (bancos)”, com média de 3,1. Veja no gráfico a seguir (Figura 3) todos os fatores pesquisados e a média de relevância.
Figura 3. Fatores determinantes para adoção de medidas sustentáveis nas fazendas leiteiras e sua relevância para os 100 maiores produtores de leite do Brasil, segundo o Top 100 2022.
É interessante observar que a preocupação ambiental (média 4,68) ficou acima do aspecto financeiro (média 4,4) ao adotar medidas sustentáveis, apontando uma real preocupação dos produtores de leite com a manutenção dos recursos naturais, indo na contramão do senso comum que aponta o agronegócio como insensível às questões ambientais.
Outros critérios que merecem destaque são a atenção às tendências de consumo (média 3,95) bem como as demandas do laticínio comprador (média 3,92), mostrando também uma preocupação com as tendências de mercado, que cada vez mais se mostra a sustentabilidade como determinante de consumo.
O Levantamento Top 100 é uma iniciativa da MilkPoint.