HOLANDÊS EM LUTO

Relembre os vários abraços e sorrisos de Giba

“Há grandes homens que fazem todos os demais sentirem-se pequenos. Mas a verdadeira grandeza consiste em fazer com que todos se sintam grandes.” CHARLES DICKENS

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Um nome conhecido pelos quatro cantos do Brasil, Gilberto Ribeiro Meirelles, conhecido como Giba faleceu no dia 3 de agosto de 2016, em um acidente de automóvel. Médico Veterinário, agropecuarista, jurado e sobretudo amante da raça Holandesa, Giba era personalidade esperada em todos os eventos. Com o seu carisma sempre carregava em suas palavras conhecimento, perseverança e muito profissionalismo. Grande incentivador da raça, Giba contagiava tantos novos quanto veteranos a sempre acreditar no trabalho.
Ficam aqui os nossos mais sinceros sentimentos, mas sobretudo a sua alegria! Sempre alegria de viver!

COMUNICADO OFICIAL DA ACGHMG

Neste momento de dor e consternação, só nos cabe pedir a Deus que lhe ilumine e lhe dê paz, e que Deus dê conforto a sua família para que possam enfrentar esta imensurável dor com serenidade. Deixamos os nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos. Fica nosso agradecimento eterno pela sua presença ativa na raça Holandesa.

Fotos Wagner Correa

2016-08717

Perdemos o nosso amigo Giba!

Escrito por José Ernesto Wunderlich Ferreira, mais conhecido como Neneto

Perdemos o cara que tinha o abraço mais afetuoso da raça Holandesa!
Perdemos o cara que quando nos encontrava abria os braços, mostrava alegria em nos ver, o cara que parecia ser o melhor amigo de infância ou o parente que mora longe e aparece após muitos anos.
Esse era o calor do abraço do Giba!
Perdemos o cara que sabia o nome de nossos filhos, esposas, netos e parentes, o cara que perguntava nominalmente por cada um deles. E não era da boca para fora… Queria noticias, como estavam, o que estavam fazendo? O cara que queria saber noticia da minha mãe e aproveitava para contar tudo da dele!
O cara que confidenciava ciosas com muitos, porque era humano como poucos! O cara que falava, mas que sabia ouvir.
Camila eu sei tanto da tua vida que tu não podes nem imaginar! As tuas viagens, as tuas conquistas profissionais os teus sonhos e desafios! E ele sabia do meu filho e da neta!
Quando ficávamos a noite nos hotéis não era só de vacas que falávamos, falávamos muito da família. Ele não conseguia ficar sem falar de ti, sem falar em ti… Sabe por quê? Porque te amava… E muito! Contava coisas com vibração humana, com olhar terno e com candura na voz! Recordava passagens de quando era pequena com riqueza de detalhes, com a memória de um ser humano ímpar!
Perdemos o cara que nos ligava do nada! Para saber de todos e de tudo! O cara que me ligava e iniciava a ligação dizendo que nunca mais ia me ligar, porque eu era um pão duro, que não queria gastar e não ligava para ele! Mas ele ligava sempre…
Perdemos o cara que atrasava a saída da carona! E como gostava de uma carona! Atrasava porque sempre tinha mais um abraço para dar. Quando íamos todos os juízes em reciclagens era o ultimo a entrar no ônibus, porque tinha que dar abraço nos tratadores, nos donos e se facilitasse até nas vacas… aí dava aquela apressadinha e entrava com a sua tosse característica, para a alegria do grupo todo que adorava brincar com ele!
Eu lembro uma vez que fizemos uma reciclagem no Paraná na Fazenda do Dr. Nélio e teve uma especialista em fonoaudiologia que foi dar uma palestra sobre impostação de voz, dicção, estas coisas… Depois da palestra teve uns testes com voz, gravado, a farra, lógico, foi com o Giba e ele adorou, fez a festa, só dizia agora eu tô ferrado! Vão me tirar do colégio! A gravação dele foi uma festa, e a risada que todos bem conhecemos saiu junto…
E nas reuniões ou julgamentos que ele apontava para alguém ou para um animal com aquele dedo indicador em curva… Era outra festa!
Perdemos o cara que sabia mais das vacas que os próprios donos! Que sabia os nomes, que sabia em que posição havia ficado, em qual categoria… Que memória para isto!
A vaca tal ficou em quinto, lá naquela exposição, em tal ano e o juiz foi o fulano! Tá louco só o Giba!
Perdemos o cara que vibrava com a raça holandesa! Que motivava, que incentivava, que queria ver todo mundo animado! Perdemos o cara que carregava o piano e a orquestra toda, que coordenava o CBJP e as últimas exposições. Que enchia o saco para todo mundo expor e levar animais, que pedia, que insistia e que procurava fazer pela raça holandesa o que todos nós deveríamos fazer.
Perdemos o cara que contava sempre uma piada nova, ou uma velha mesmo do jeito dele, como se fosse um segredo. Podia ser a piada mais forte ela era contada com um jeitão inocente. E não precisava ser para plateias grandes podia contá-la a cada um de nós, várias vezes e lá vinha aquela gargalhada recheada de tosse. Às vezes em julgamentos todo mundo quieto saia lá de um lado aquela risada do Giba com mais alguns amigos em volta rindo. O único cara que contava piada de gaúcho e não me tirava do sério.
E aquela ligação logo após o termino de um julgamento perguntando, quem ganhou e a segunda e a terceira e as jovens…, puts ele queria saber tudo e às vezes nem mesmo quem julgou ou assistiu lembrava de tanta informação… Mas quem era o pai e o dono???
Uma vez a minha mãe estava recém saindo da CTI do Instituto de Cardiologia com seus quase 90 anos, e ela ficava com medo de ficar sozinha. Tocou o telefone era o Giba. Saí em uma sala próxima ao quarto e a ligação demorou quase uma hora, como de costume. Quando voltei estavam médico e enfermeiras com ela passando mal porque se sentiu sozinha e nervosa. Quando contei ao Giba pediu muitas desculpas e mais 40 minutos de conversa…
Perdemos um grande amigo, um juiz do mais alto gabarito, um ser humano diferenciado e… Camila pode ter certeza um pai, hoje teu anjo da guarda, que te amava muito e nos contava, aos amigos, sempre sobre você, porque ele não se esquecia de você nunca!
E nesta ultima carona ele com certeza atrasou, pois está dando o abraço mais importante de toda a sua vida… Em Deus!
Vai com Deus meu amigo que aqui ficaremos com a nossa saudade!

 

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