Dona de quase 30% da produção nacional o estado é palco para expansão de grandes plantas
A produção de leite do estado coloca Minas como um exemplo para o Brasil e mostra como as nossas bacias leiteiras são capazes de atrair investimentos. A Laticínios Porto Alegre implantou a sua segunda fábrica, focada na produção de produtos refrigerados, em Antônio Carlos, perto de Barbacena, onde investiu mais de R$ 100 milhões.
A empresa, que atualmente processa 1 milhão de litros de leite por dia em quatro unidades, não para por aí a sua expansão. A Porto Alegre ampliou recentemente sua fábrica de Ponte Nova, investimento de cerca de R$ 100 milhões, e planeja mais uma unidade em Santana dos Patos, Patos de Minas, que vai demandar mais R$ 60 milhões até 2023, com previsão de gerar mais de 100 empregos. A Nestlé concluirá em dezembro um período de investimentos de R$ 95 milhões em pesquisa e lançamentos de produtos, direcionando novos projetos para a fábrica de Ituiutaba, região do Triângulo Mineiro. O grupo francês Lactalis já havia anunciado o seu programa de aquisição da Itambé, que inclui a ampliação da produção.
Os investimentos nas três empresas são bancados pelo capital estrangeiro, já que a empresa láctea de origem suíça Emmi se transformou na maior acionista da Porto Alegre e parece possuir a intenção de expandir mais ainda. E não para por aí. Rumores de mercado falam sobre mais sondagens de investidores estrangeiros que esperam apenas uma resposta da demanda de consumo.
A indústria mineira do leite tem performance invejável devido a produção leiteira do estado que voltou a crescer no ano passado, alcançando 9 bilhões de litros consagrando-se no topo do ranking nacional. O décimo ano de avanço na produtividade leiteira fez chegar o estado a média de 2.840 litros por vaca ao ano contra 2.069 litros da média Brasil. Contra 2017, trata-se de um ganho na eficiência de 6,3% por vaca, o que indica avanço na profissionalização das fazendas, a um ritmo melhor que a média nacional, 4,7%. Os ganhos com a melhoria genética e no manejo dos animais, além de modernização tecnológica, certamente têm a influência da indústria, que não sobreviveria sem a matéria-prima abundante e de qualidade que os produtores de Minas oferecem ao mercado. Cerca de 95% do leite mineiro passa pelas fábricas no próprio estado, permitindo o processamento de 17 milhões de litros de leite por dia.
A receita global dessa cadeia, atinge R$ 14 bilhões por ano. É importante mostrar para esse mercado que a raça que mais produz leite no mundo, ou seja, o gado que apresenta eficiência ideal para atender tal demanda está presente em peso em Minas. Nossas bacias leiteiras precisam estar atentas e nossos criadores mais ainda com as oportunidades de negócios que o mercado vislumbra.