TUBERCULOSE NA MIRA

O controle evita a disseminação da doença no rebanho e a infecção nos seres humanos

Você sabia que a Tuberculose é uma doença que afeta tanto os seres humanos, quanto os bovinos?
Com o segundo maior rebanho de bovinos do Brasil, somando cerca de 23,9 milhões de animais, Minas Gerais desenvolve, por meio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o Programa de Controle e Erradicação da Tuberculose (PNCEBT) em bovinos e bubalinos, com ações que visam evitar a proliferação da doença nesses animais, para a qual não há tratamento e que exige o abate sanitário dos mesmos. Em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o Instituto realizou estudo epidemiológico para identificar o status de tuberculose bovina em Minas. Foram feitos exames em 31.832 bovinos de 2.182 propriedades rurais em todo o estado, revelando a prevalência da tuberculose bovina em 4,25% das propriedades rurais e em 0,56% dos animais testados.
“Esse resultado categoriza o Estado em risco médio para a doença nos rebanhos de Minas, mesmo com as medidas de controle empregadas em conjunto com o Mapa desde a criação do PNCEBT em 2001. É importante ressaltar que uma das formas mais eficazes de evitar o contágio do plantel é que o produtor exija o atestado negativo para a doença no momento da aquisição dos animais”, explica Luciana Faria de Oliveira, médica veterinária do IMA e coordenadora do Programa.

Produtos inspecionados
O estado conta com cerca de 650 médicos veterinários habilitados para atuar em todo o território mineiro realizando os exames de tuberculose nos bovinos e bubalinos. A partir da detecção de um resultado positivo, este profissional emitirá o atestado sanitário indicando que o animal está infectado, fará a notificação do resultado ao produtor e ao IMA, para que a propriedade seja acompanhada pelo Instituto até o encaminhamento do animal doente para abate sanitário”, ressalta.
Luciana Oliveira explica que nos rebanhos a disseminação da tuberculose bovina acontece pelo contato entre os animais e que a transmissão ao ser humano se dá pelo contato direto do homem com animal doente ou pelo consumo de produtos de origem animal contaminados. A veterinária frisa que a tuberculose bovina é uma doença que causa prejuízos para os produtores, consumidores e que possui impacto na saúde pública, por ser uma zoonose. “Portanto, a participação dos produtores é fundamental nas atividades de controle da doença por exemplo, ao exigirem exames negativos para tuberculose antes de introduzirem novos animais no rebanho. Os consumidores, por sua vez, deverão conscientizar-se para adquirir produtos de origem animal dando preferência para àqueles com a chancela dos serviços de inspeção, a exemplo do selo do IMA. Com o produtor parceiro, aliado ao trabalho dos fiscais agropecuários do IMA e dos médicos veterinários habilitados para realização de exames, acreditamos na evolução do Programa para a fase de erradicação em um futuro próximo”, diz.

QUAIS AS VIAS DE TRANSMISSÃO MAIS IMPORTANTES DA TUBERCULOSE BOVINA?
Principalmente pelo ar (via respiratória), de um animal doente para outro sadio, por meio da inalação de aerossóis contaminados. A doença propaga-se independente de sexo, raça e idade.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DOS ANIMAIS?
Por ser uma doença crônica, cujos sintomas podem demorar a aparecer,
da mesma forma que a brucelose, a maioria dos animais não apresentam sintomas e a disseminação ocorre antes mesmo do aparecimento dos sinais clínicos. Em estágios mais avançados, emagrecimento, falta de ar, tosse, mamite e infertilidade são alguns sinais evidenciados.
Algumas lesões internas na carcaça podem ser identificadas durante o abate do animal.

COMO PREVENIR A TUBERCULOSE BOVINA?
Adquirir somente animais provenientes de propriedades certificadas como livres da doença, ou que apresentam dois resultados negativos aos testes de diagnósticos com intervalo de 60 a 90 dias entre os testes.

QUAIS TESTES PODEM SER FEITOS PELO MÉDICO VETERINÁRIO HABILITADO?
Os testes alérgicos: cervical simples (TCS), cervical comparativo (TCC) e da prega caudal (TPC). O TPC só pode ser realizado em gado de corte.

PORQUE O TCC É O MAIS USADO?
Por ser mais específico, elimina a necessidade de repetição do exame em caso de diagnóstico positivo.

QUAIS ANIMAIS DEVEM SER TESTADOS?
Todos os bovinos e bubalinos, machos e fêmeas, com idade igual ou acima de 6 semanas de idade.

QUER CERTIFICAR SUA PROPRIEDADE COMO LIVRE OU MONITORADA PARA BRUCELOSE E TUBERCULOSE?
A certificação é voluntária!

COMO INICIAR O PROCESSO?
É preciso primeiramente ter um médico veterinário habilitado (MVH) junto ao MAPA que se responsabilizará pelo saneamento da propriedade.

ONDE INICIAR O PROCESSO?
Solicitar formalmente junto ao escritório do IMA, onde a propriedade se encontra cadastrada.

QUAIS OS PASSOS INDISPENSÁVEIS NO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO?
1- Possuir médico veterinário habilitado (MVH) responsável pelo rebanho;
2 – Utilizar sistema de identificação individual dos animais;
3 – Vacinar todas as bezerras entre três e oito meses de idade com B19;
4 – Submeter todos os animais indicados pelo MAPA a testes periódicos para diagnóstico de tuberculose;
5) Obter três testes de rebanho NEGATIVOS CONSECUTIVOS (para certificação de LIVRE).

IMPORTANTE
1) No terceiro teste negativo do rebanho, os testes de tuberculose e a colheita de sangue, deverão ser acompanhados por médico veterinário oficial e o teste de brucelose será realizado obrigatoriamente em laboratório oficial credenciado.
2) Qualquer resultado positivo para brucelose ou tuberculose deve ser imediatamente comunicado ao escritório do IMA pelo MVH.
3) Os animais positivos deverão ser marcados com P no lado direito da face pelo MVH e eliminados com a supervisão do serviço oficial.
4) A renovação da certificação é anual, mediante apresentação de resultados negativos.

QUAL O TEMPO MÍNIMO PARA UMA PROPRIEDADE OBTER O CERTIFICADO DE LIVRE?
É de 270 dias, ou seja, 9 meses aproximadamente.

ONDE A CERTIFICAÇÃO TEM VALIDADE?
Em todo o território nacional.

A CERTIFICAÇÃO TEM PRAZO DE VALIDADE?
Sim, de 12 (doze) meses, portanto, é necessária a revalidação anual.

QUEM EMITE O DOCUMENTO DE ESTABELECIMENTO CERTIFICADO?
É o MAPA, juntamente com o serviço oficial de defesa sanitária animal do estado (IMA).

O REBANHO PODE SER CERTIFICADO COMO LIVRE PARA BRUCELOSE OU PARA TUBERCULOSE SEPARADAMENTE?
Sim. O certificado poderá ser emitido separadamente para cada enfermidade. Porém, o saneamento deverá ser feito, obrigatoriamente para ambas as doenças, até que se alcance a certificação de estabelecimento de criação livre para brucelose e tuberculose.

PODE-SE PERDER A CERTIFICAÇÃO DE LIVRE?
Sim. Na eventualidade do diagnóstico positivo de animal durante os testes anuais para renovação ou confirmação de uma suspeita clínica, determina-se a suspensão temporária do certificado.

O QUE FAZER PARA RETORNAR A CONDIÇÃO DE LIVRE?
Obter 2 (dois) testes de rebanho negativos, respeitando-se os intervalos estabelecidos pelo MAPA.

O QUE SE DEVE FAZER COM OS ANIMAIS POSITIVOS AOS TESTES DE EXAMES DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE?
– Devem ser marcados com a letra “P” no lado direito da face pelo médico veterinário habilitado pelo PNCEBT;
– Serem isolados do restante do rebanho e afastados da produção leiteira;
– Devem ser abatidos em estabelecimentos sob a inspeção oficial ou sacrificados na propriedade, no prazo de 30 dias, sob o acompanhamento do serviço de defesa oficial.

IMPORTANTE:
Esses animais podem sair da propriedade apenas para o abate em frigorífico, com autorização do serviço oficial através da emissão de GTA constando à condição de positivos.

O LEITE DAS FÊMEAS POSITIVAS PODE SER APROVEITADO?
Não. O leite não poderá ser usado nem para consumo humano, nem para alimentação de qualquer espécie animal.

QUAIS AS VANTAGENS IMEDIATAS RELACIONADAS COM CERTIFICAÇÃO DE PROPRIEDADE LIVRE DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE?
Animais procedentes de estabelecimento de criação livre de brucelose e tuberculose estão dispensados dos testes para essas enfermidades em caso de participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais e de trânsito interestadual de animais destinados à reprodução.

QUAIS OS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E SOCIAIS RELACIONADOS COM CERTIFICAÇÃO DE PROPRIEDADE LIVRE DE BRUCELOSE E TUBERCULOSE?
– Diminuição das perdas para a pecuária.
– Diminuição dos riscos de transmissão para o homem principalmente para aqueles mais expostos ao risco – técnicos de laboratório, indivíduos que lidam com animais doentes e, ainda, idosos, crianças e doentes imunodeprimidos que são mais suscetíveis.
– Aumento da oferta de produtos pecuários in natura para exportação.
– Utilização de marcas distintivas, de origem e qualidade, que confiram credibilidade nacional e internacional e, sobretudo, sejam capazes de diferenciar os produtos como leite, de outro, semelhante, mas não CERTIFICADO.

Mais informações: www.agricultura.gov.br