“O PEIXE MORRE PELA BOCA”

Antigo ditado alerta produtores de leite sobre a importância de uma boa alimentação em todas as fazes da vida

Foto Wagner Correa

HO-0957

A alimentação representa o maior custo da produção leiteira, o que significa que os produtores devem dar atenção ao tema. Desenvolver dietas precisas contribui para a redução de custos e para o aumento da lucratividade. A matéria apresenta a importância da alimentação para os bovinos leiteiros, o sistema de alimentação eficaz, fatores que impactam na dieta, tecnologias a favor, além de recomendar simples e importantes ações aos produtores que poderão fazer a diferença no dia a dia da fazenda.
Acompanhe as nossas dicas.

Impacto da alimentação

As vacas passam por fases em relação à produção de leite. Cada fase possui diferentes necessidades alimentares que, se não atendidas, podem impactar negativamente na produtividade. Por exemplo, as vacas necessitam ter, ao fim da gestação, um determinado nível de reserva de energia. Caso não o tenham, tendem a apresentar baixa produção de leite e outros distúrbios.

Sistema de alimentação eficaz

Um sistema de alimentação eficaz baseia-se em requerimentos nutricionais, de acordo com cada fase do animal e considerando a composição química dos alimentos. Para a formulação  de rações para as vacas leiteiras, o Brasil utiliza o modelo  do National Research Council  (NRC), que visa melhorar a eficiência alimentar, por meio da avaliação da dieta dos bovinos. Entenda melhor as fases da vaca leiteira e conheça os vários tipos de ingredientes que devem fazer parte da dieta do animal.

Período seco: cerca de 60 dias pré-parto

Início da lactação: do parto até 100 dias após o parto – pico de produção de leite

Meio da lactação: dos 101 aos 200 dias após o parto – declínio da produção de leite

Final da lactação: dos 201 aos 305 dias após o parto – declínio da produção de leite

 

INGREDIENTES PARA DIETA

Matéria seca:
pastagens, silagens de milho, sorgo ou capim e cana-de-açúcar.

Energia:
é essencial para a produção animal. Os suplementos mais comuns são os grãos de cereais, como milho, sorgo, casca de soja, farejo de arroz, entre outros.

Proteína:
importante por fazer parte da estrutura do organismo e dos produtos de origem animal. Os principais suplementos são o farelo de soja, de algodão e a ureia.

Fibra:
contida nos vegetais ou no pasto consumidos pelos bovinos.

Minerais:
compõem o metabolismo do animal. As pastagens contêm vitaminas A, D e E o que dispensa a necessidade de suplementos. Porém no caso de conservação em silagens, é recomendado o uso de suplementos.

O cálculo para atingir a eficiência na alimentação de vacas leiteiras é:
Eficiência alimentar = Produção de leite diária (Kg)/ingestão de matéria seca diária (Kg)

Pontos a serem observados

Para realizar dietas adequadas para vacas leiteiras, além de conhecer as fases pelas quais esses animais passam, suas diferentes necessidades nutricionais, os tipos de ingredientes e seus impactos nos animais, é importante também conhecer fatores que impactam as dietas. São diversos os fatores que afetam a alimentação, os quais podem estar associados ao alimento, ao animal, às condições climáticas, entre outros fatores.

Fatores associados ao alimento

Ração:
quantidade de alimento que um animal recebe em 24 horas, sendo uma mistura de ingre- dientes e aditivos. Para que seja balanceada, deve atender às necessidades nutricionais dos animais e, para isso, cálculos devem ser feitos.

Odor, sabor, textura e temperatura:
são fatores que devem ser observados na alimentação, pois afetam o seu sumo. Rações compostas por 30 a 35% de matéria seca, alcalinas e flavorizadas com melaço ou outros ingredientes são exemplos de características que atraem o palato dos animais e estimulam o consumo dos alimentos.

Formas de apresentação do alimento:
pode ser granulada ou moída, que estimulam o consumo, ou na forma de mistura. É interessante oferecer o alimento de forma frequente e com mesma quantidade diária, para melhorar a ingestão de matéria seca.

Fatores associados ao animal

Individualidade:
nem todos os animais comem da mesma forma, ou seja, é possível observar diferenças de preferências entre eles.

Raça:
algumas raças de bovinos podem apresentar maior consumo de alimentos que outras.

Peso:
quanto maior o peso do animal, maior o consumo de matéria seca por dia. Esse aumento no consumo está associado às necessidades energéticas do animal e ao tamanho de seu estômago.

Fase da vida animal:
conforme mencionado, as vacas possuem diferentes fases, o que impacta no seu comportamento de consumo de alimentos e em suas necessidades nutricionais.

Composição corporal:
quanto maior a reserva corporal (gordura) do animal, menor o consumo de alimentos, pois isso está associado ao teor de lipídeos no sangue, que inibe o apetite dos animais.

Fatores associados ao ambiente

Clima ou temperatura:
a zona de conforto para as vacas leiteiras é de 10 a 20°C, temperatura na qual seus corpos se mantêm constante. As vacas leiteiras armazenam calor e são ineficientes em dissipá-lo. Em temperaturas acima de 25°C, as vacas diminuem o consumo de matéria seca como forma de reduzir a temperatura corporal;

Umidade:
é fator importante para quando as temperaturas excedem os 25°C. Com a umidade alta no ambiente, as acas não transpiram tanto e o consumo de alimentos é pouco afetado, pois há menos perda de nutrientes.

Manejo:
o sistema de alimentação afeta o consumo dos animais. Por exemplo, é preferível a utilização de cochos cobertos, para que fiquem mais confortáveis, bem como de piso de material, para não lesionar as patas e facilitar a limpeza.

 

Índice de Conforto de Vacas (ICV)

Um dos fatores associados ao aumento da produtividade é o conforto dos animais. Sendo assim, é importante calcular o Índice de Conforto de Vacas (ICV) para garantir a boa saúde. O cálculo deve ser realizado duas horas após a ordenha e, quanto menor o resultado, melhor. O resultado não deve ultrapassar 15% quando os animais estão deitados, por isso essa medida deve ser obtida 2 horas após a ordenha.

Tecnologias a favor

São diversas as tecnologias associadas à atividade leiteira que podem contribuir para o aumento da produção.

Software de gestão de rebanhos:
existem softwares no mercado que contribuem para que o produtor obtenha informações sobre rendimento e desempenho técnico. Esses softwares emitem relatórios e fornecem estatísticas para melhor gerenciamento.

Software de formulação de dietas:
existem programas que formulam dietas, concentrados e suplementos para vacas leiteiras. Alguns, inclusive, oferecem a opção de desenvolver dietas tropicalizadas.

Novos equipamentos:
são diversos os equipamentos necessários para a manutenção e melhoria da atividade leiteira. Por exemplo, cocho, bebedouro, equipamento para mistura do alimento, dentre outros.

 

Ações que fazem a diferença

Acesse sites com conteúdos especializados para se manter atualizado na área. Para tanto, recomenda-se o acesso a sites como: Sistema de Inteligência Setorial, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Embrapa, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entre outros.

Participe de cursos para se manter atualizado nas técnicas e tecnologias que surgem no setor e, principalmente, para saber como melhorar o seu negócio. O Sebrae oferece cursos presenciais e a distância que contribuem para o desenvolvimento de sua empresa.

O Senar oferece capacitações voltadas ao meio rural, o que pode contribuir diretamente com a sua atividade.

Participe de eventos para conhecer tendências, tecnologias e novidades que surgem no mercado. Além de obter novos conhecimentos, a participação em eventos propociona o networking com profissionais e especialistas da área, bem como com empresários, produtores e possíveis parceiros. Atente também para a divulgação de eventos do Senar.

O Sebrae também apoia os produtores a melhorar o seu negócio. Caso necessite de uma consultoria, o criador pode entrar em contato pelo 0800 570 0800 e agendar um horário com um dos consultores na unidade mais próxima.

Fonte: Sebrae

APOIO AOS CRIADORES

A Associação dos Criadores de Gado Holandês de Minas Gerais também auxilia os criadores da raça. Formada por uma equipe de competentes profissionais, durante visitas ou eventos, ela sempre está a disposição para apoiar e trocar experiências com criadores da raça Holandesa. Há vários serviços prestados pela entidade que contribuem no planejamento alimentar dos seus animais. Informações que auxiliam o dia a dia da fazenda.
Saiba mais: www.gadoholandes.com ou ligue e marque uma visita de um técnico: 32 4009 4300.